Crime foi registrado no início da manhã de domingo (6), em plena avenida Raja Gabaglia, na região Centro-Sul de BH
A rivalidade entre duas facções do Rio de Janeiro, que hoje disputam territórios em Minas Gerais, pode ter relação com o brutal assassinato de uma mulher trans, que foi executada com dezenas de disparos na manhã do último domingo (5 de janeiro), em plena Raja Gabaglia, no bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Conforme informações obtidas pela Polícia Militar (PM), repassadas por testemunhas que preferiram não ser identificadas, a vítima, identificada como Jeje Sucesso, de 32 anos, estava em um bar localizado na rua Central, no aglomerado Morro das Pedras, onde teria se envolvido em uma discussão com uma mulher, que não foi identificada. Durante a confusão, a vítima teria atirado uma pedra contra a outra envolvida.
Porém, durante o registro da ocorrência policial, uma outra testemunha teria informado aos militares que a mulher trans também era integrante da facção evangélica carioca Terceiro Comando Puro (TCP), organização criminosa aliada ao Primeiro Comando Puro (PCC) e que, atualmente, estaria controlando o tráfico de drogas na Cabana do Pai Tomás, na região Oeste de BH.
Por outro lado, ainda conforme o registro policial, o companheiro da mulher que teria se envolvido na briga com a trans no bar, um homem de 29 anos, seria um traficante local conhecido como “Marlin”, sendo que o Morro das Pedras seria domínio do Comando Vermelho (CV), facção rival do TCP.
Por isso, o suspeito, que inclusive foi arrolado na ocorrência como possível mandante da execução, pode ter se aproveitado do descuido de Jeje para executar a integrante do grupo oponente. A mulher trans era moradora do Morro do Papagaio, na região Oeste de BH.
Mulher trans fazia parte de escola de samba
Conforme divulgado por O TEMPO no domingo, Jeje Sucesso era integrante da escola de samba Cidade Jardim, a maior campeã do grupo especial do Carnaval da capital, com 16 títulos.
A escola foi fundada em 13 de abril de 1961 e, atualmente, fica sediada no conjunto Santa Maria, na região Oeste. A escola de samba emitiu uma nota de pesar. Nas redes sociais, amigos da vítima também prestaram homenagens.
De acordo com o presidente da escola, Alexandre Silva Costa, a vítima gostava de ser chamada de Jeane, e também era conhecida na comunidade como ‘Jeje Sucesso’. Ela integrava a escola de samba há muito anos, sendo responsável por organizar os figurinos dos desfiles.
“A morte da Jeje foi um choque para todos nós. Me recordo que quando o prefeito Fuad visitou nossa escola foi ela quem o recepcionou com um sorriso largo no rosto. A escola chora. Ela vai fazer muita falta,” disse, emocionado, Alexandre.
FONTE: O TEMPO