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‘Deixa de picaretagem’: Mineradora JMN promove demissão em massa, diminui MAIS de 60% do quadro de funcionários e sofre com protestos

Protestos mobilizam trabalhadores contra demissão em massa. Com faixas e megafones, o grupo denuncia as condições oferecidas pela empresa e reivindica soluções mais justas. A mineradora alega reestruturação para justificar a redução de 65% no quadro de funcionários, enquanto o sindicato acusa descaso com os direitos dos trabalhadores

Na tranquila manhã de Itaúna, Minas Gerais, o habitual vai e vem de pessoas na Praça Dr. Augusto Gonçalves foi interrompido por gritos de protesto e faixas de reivindicação.

De acordo com o site ViuItauna, um grupo de trabalhadores da JMN Mineração, subsidiária do grupo J. Mendes, deu voz às suas insatisfações após uma demissão em massa que pegou muitos de surpresa.

É o início de um conflito que expõe desafios do setor minerário brasileiro e questiona a responsabilidade social das corporações.

Protestos ganham força após demissão de mais de 200 trabalhadores

No dia 21 de janeiro, um protesto liderado pelo Sindicato Metabase Inconfidentes mobilizou ex-funcionários da JMN Mineração.

Com faixas, megafones e palavras de ordem, os manifestantes exigiam uma solução justa após a demissão de 204 trabalhadores da unidade localizada entre os municípios de Piracema e Desterro de Entre Rios.

A manifestação, realizada em frente ao Edifício Benfica, sede da empresa, foi pacífica, mas carregada de tensão.

Os protestos foram organizados após os trabalhadores rejeitarem, no dia 16 de janeiro, uma proposta de acordo oferecida pela mineradora.

O pacote incluía um piso de indenização de R$ 2.250, plano de saúde até junho, apoio psicológico e uma carga de alimentação em janeiro.

Entretanto, o sindicato considerou a oferta insuficiente e reivindicou condições mais favoráveis, como seis meses de pagamento do piso e um ano de plano de saúde.

Diretor do sindicato critica demissões e pede união

Para Rafael Ávila, diretor do Sindicato Metabase Inconfidentes, as demissões deixam os trabalhadores em situação precária.

Os trabalhadores estão saindo com uma mão na frente e outra atrás, o que é inadmissível,” declarou Ávila.

Ele destacou que três reuniões com a direção da empresa foram realizadas, mas nenhuma resultou em acordo.

Precisamos de unidade na luta contra as demissões e de, no mínimo, uma indenização justa. A manifestação é o primeiro passo,” afirmou o representante sindical, enfatizando a importância de a categoria se manter organizada.

‘Deixa de picaretagem’: Mineradora promove demissão em massa, diminui MAIS de 60% do quadro de funcionários e sofre com protestos:. (Imagem; reprodução)

Demissões fazem parte de processo de reestruturação

De acordo com nota divulgada pela JMN Mineração, as demissões são uma consequência de um amplo processo de reestruturação.

A empresa planeja reduzir seu quadro de colaboradores de 359 para apenas 125 pessoas, o que representa uma queda de 65% na força de trabalho.

O objetivo, segundo a mineradora, é garantir a sustentabilidade das operações diante dos desafios impostos ao setor.

A JMN justificou que o teor de minério na unidade é baixo e que a disponibilidade do insumo siderúrgico também é limitada.

Essas condições, combinadas com um novo plano de produção, foram determinantes para as decisões tomadas.

Empresa promete manter direitos trabalhistas

Em sua defesa, a JMN afirmou que tem mantido um diálogo constante com os representantes sindicais para assegurar que todos os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.

Nosso compromisso é conduzir o processo de forma responsável e alinhada aos valores da empresa, garantindo que os colaboradores tenham apoio nesse momento de transição,” disse a mineradora em nota.

Apesar disso, o sindicato acusa a empresa de não oferecer condições suficientes para minimizar os impactos sociais causados pelas demissões.

Segundo Rafael Ávila, “o que está sendo oferecido é insuficiente para suprir as necessidades imediatas dos trabalhadores demitidos.”

Impactos locais e reações dos trabalhadores

Os reflexos da decisão da JMN vão além dos trabalhadores diretamente afetados.

A redução no quadro de funcionários pode causar impactos econômicos significativos nas comunidades de Itaúna, Piracema e Desterro de Entre Rios, que dependem fortemente das atividades minerárias.

Subscrições de notícias sobre finanças

Alguns trabalhadores serão realocados para o complexo da Ferro + Mineração, pertencente ao mesmo conglomerado.

No entanto, essa medida foi vista por muitos como insuficiente para compensar a magnitude das demissões.

Protestos podem se intensificar?

Conforme o sindicato e os trabalhadores buscam soluções, existe a possibilidade de novos atos serem organizados.

A falta de acordo entre as partes sugere que o impasse está longe de ser resolvido.

O Sindicato Metabase Inconfidentes está articulando novas estratégias para pressionar a empresa e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam plenamente atendidos.

FONTE: CLICK PETROLEO E GAS

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