Vereador Koelhinho citou que para cada leito há 8 funcionários na instituição; prefeitura gasta até R$ 60 milhões/ano com hospital
A contundência do discurso do líder da oposição na Câmara, o Vereador Igor Souza (PL), rendeu debate inflamado e expôs a grave situação que enfrenta o Hospital Bom Jesus (HBJ) e os desafios para mantê-lo em pleno funcionamento. Da má gestão e as limitações da estrutura física, já incapaz de atender a população de Congonhas (MG) e a micro região, chegando a mais de 120 mil habitantes, foram os temas que reverberam no plenário.
Igor cobrou a agilidade no acordo coletivo com os funcionários do HBJ, já com salários defasados, e a equiparação do vale alimentação aos dos servidores da prefeitura. O sindicato aguarda a posição da diretoria. Ele também levantou a polêmica sobre a terceirização do setor de higienização. Igor elevou o tom quando reclamou do Secretário Municipal de Saúde, Gilmar Seabra. Revoltado, não responderia a seus telefonemas considerando a atitude como descaso e falta de respeito e até mesmo retaliação. O vereador apresentou um requerimento de convocação do gestor da pasta de saúde já próxima sessão de terça-feira (25), na Câmara Municipal. “Numa dessas situações, tive que ligar para o Zelinho (vice-prefeito). Fica difícil. A pessoa que se dispôs a assumir um cargo tem saber que virão as cobranças, não tem nem dia, nem hora, não tem férias. É 24 horas ligado. E agora se dá ao luxo não atender. Isso não vou aceitar. A gente precisa de informação para passar as pessoas que entram no hospital e a quem vou recorrer?. Tive 1821 votos e tenho que ser respeitado”, disparou. “Mas já vou falando que este hospital está uma zona”, completou.
Ele fez uma denúncia de que o ex-prefeito, Cláudio Dinho (PSD) fez uma contratação de uma auditoria e que a empresa quebrou o contrato de confiabilidade das informações e o caso está em uma discussão extra judicial. Um dos funcionários da empresa foi contratado pelo HBJ e está lotado na Secretaria de Saúde.
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O Vereador Koelhinho (PV) criticou a gestão anterior na gestão do hospital que conta com 531. “O Bom Jesus tem 8 funcionários para cada leito instalado. As pessoas não conseguem se conectar lá dentro. As pessoas não sabem onde vão. Por falta de pagamento da gestão anterior 15 carros e ambulâncias estão parados. Tiveram que pedir pelo amor de Deus para a oficina liberar uma ambulância. E o dono não sabe se vai receber por que quem venceu a licitação é uma empresa de São Paulo”, adiantou. “Precisamos reinventar. Temos que mudar é tudo”, frisou.
“Ali não tem mais condições físicas de atender população da cidade e de outras da região. Temos que pensar em um outro hospital sem delírios. A cidade tem condições financeiras. Nos últimos 4 anos foram R$ 8 bi de arrecadação”, comentou Igor Souza, insinuando a tentativa fracassada do Instituto Pro-Vida, ligado ao ex-prefeito, de construção de um mega hospital.
Eduardo Matosinhos (PM) ponderou que o problema não é do Executivo mas de toda a população. “É um tema que precisa ser discutir. No ano passado repassamos de R$ 55 a R$ 60 milhões e em breve vamos ter que aprovar mais recursos para o hospital Bom Jesus. É um custo absurdo para manter este modelo. Conseguimos manter porque Congonhas tem receita. Ali é uma bomba relógio de efeito retardado pode explodir nesta gestão ou no futuro prefeito. Ali não tem mais condições de atender mais a cidade e a região”, analisou.
Finalizando as discussões, Koelhinho citou que em dados momentos na rampa de acesso ao Bom Jesus tem até mais de 10 ambulâncias paradas a espera de atendimento. “Infelizmente a transição foi uma bagunça, falta de informações, documentos, diálogo. Trocaram os secretários para dificultar ainda mais a situação. Não houve transparência. Mas pior do que está é o caos”. Está em curso um convênio de repasse de mais de R$ 32 milhões ao Hospital Bom Jesus.