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Toyota Corolla Cross no Brasil: Avalanche de reclamações sobre pintura, falhas no motor, bicos injetores e mais ofusca sucesso de vendas

Apesar de líder de vendas, o Toyota Corolla Cross acumula queixas sobre pintura, atrasos na entrega (especialmente PCD), vidros, bicos injetores e acabamento, levantando questões sobre a qualidade do modelo vendido no país e atraindo a atenção de órgãos de defesa do consumidor.

O Toyota Corolla Cross conquistou rapidamente o mercado brasileiro, tornando-se um líder no segmento de SUVs médios. Em abril de 2025, por exemplo, foram 6.232 unidades vendidas, garantindo a 5ª posição geral entre carros de passeio e ampliando a liderança sobre o Jeep Compass. No acumulado do ano até abril de 2025, o modelo somava 19.243 unidades comercializadas, impulsionado por bons números em fevereiro (5.351) e março (5.834).

Contudo, esse êxito comercial é acompanhado por um volume crescente de reclamações. Proprietários relatam problemas que vão desde a qualidade da pintura e integridade dos vidros até atrasos na entrega, especialmente para o público PCD (Pessoas com Deficiência), e questões mecânicas como falhas nos bicos injetores. A coexistência de vendas robustas e múltiplas queixas sérias apresenta um paradoxo, possivelmente explicado pela forte lealdade à marca Toyota, marketing eficaz ou um descompasso até que as experiências negativas impactem a percepção do mercado.

A pintura que descasca

Proprietários do Toyota Corolla Cross no Brasil expressam insatisfação com a qualidade da pintura do veículo. Muitos a descrevem como fina, frágil e pouco resistente ao uso diário, uma preocupação para um carro que pode custar perto de R$ 180.000.

Relatos incluem descascamento prematuro na tampa do porta-malas com apenas 500 quilômetros rodados. Nesse caso, a Toyota reconheceu o defeito como “má aparência na pintura”. Outro consumidor reportou problemas em mais de quatro locais após 7.000 quilômetros, mas a concessionária atribuiu a “fatores externos”, negando a garantia.

A pintura do escapamento é uma queixa recorrente. Um proprietário teve o componente repintado três vezes em menos de dois anos, sem solução, levando a concessionária a sugerir a troca de todo o escapamento. A Toyota afirmou estar ciente dos relatos e iniciou uma investigação interna. Contudo, suas respostas variam, gerando incerteza. A percepção de uma pintura “fina” levanta suspeitas sobre possíveis reduções de custo para o mercado brasileiro, alinhando-se a preocupações sobre a qualidade inferior de componentes do modelo nacional.

Vidros problemáticos

Toyota Corolla Cross no Brasil: Avalanche de reclamações sobre pintura, falhas no motor, bicos injetores e mais ofusca sucesso de vendas

Uma série de problemas relacionados aos vidros do Toyota Corolla Cross no Brasil tem sido reportada, gerando preocupações sobre qualidade e segurança. As queixas variam de falhas operacionais a defeitos que comprometem a visibilidade.

Um proprietário relatou que o para-brisas trincou sem impacto externo, mas a concessionária atribuiu a “fatores externos”, negando a garantia. Outro consumidor enfrentou dificuldades persistentes com o vidro elétrico do motorista, exigindo substituições repetidas de componentes. Algumas unidades foram entregues com vidros não programados corretamente, impedindo o acionamento remoto.

Um caso mais alarmante envolveu um Corolla Cross 2025 com ondas e distorções no vidro traseiro, comprometendo a visibilidade e induzindo náuseas. Após queixa ao PROCON, a Toyota encaminhou o assunto ao seu departamento jurídico, suspendendo a assistência amigável. A diversidade de problemas – desde programação, falhas mecânicas até defeitos óticos – sugere inconsistências na qualidade dos componentes de vidro ou falhas no controle de qualidade durante a montagem.

Bicos Injetores e o fantasma do etanol: Falhas preocupam donos do motor 2.0 Flex

A falha prematura dos bicos injetores é um dos problemas mecânicos mais reportados no Toyota Corolla Cross no Brasil (e Corolla) equipado com motor 2.0 Dynamic Force flex, especialmente com uso predominante de etanol.

Os sintomas incluem falhas no motor, perda de potência, dificuldade de partida, aumento de consumo, marcha lenta irregular e mau funcionamento do sistema start-stop. Muitos proprietários relatam substituições múltiplas dos bicos. Um mecânico de Porto Alegre (RS) afirmou ter atendido mais de 100 veículos com este problema.

A Toyota reconheceu os casos e afirmou que os clientes receberam assistência, mas atribui o problema à qualidade do combustível, especificamente o etanol. A empresa emitiu um boletim de serviço (009/22) em maio de 2022, orientando concessionárias a culpar o combustível e informando sobre um bico injetor atualizado (peça 23209-24040-XX), disponível desde setembro de 2021 e implementado na produção em janeiro de 2022.

O motor 2.0 usa injeção dupla (D-4S), que teoricamente ajuda com o etanol, mas impurezas no combustível brasileiro podem obstruir os bicos. Apesar das medidas, proprietários e mecânicos recomendam evitar etanol nos modelos 2.0 Flex a partir de 2020. A quantidade de queixas e a própria atualização da peça sugerem uma vulnerabilidade sistêmica, e não apenas combustível ruim, desafiando a proposta “flex” do veículo.

Outras dores de cabeça recorrentes no Toyota Corolla Cross no Brasil

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Além das questões principais, proprietários do Toyota Corolla Cross no Brasil relatam outras frustrações. Falhas nos sensores de estacionamento dianteiros e traseiros são comuns, com alertas falsos, atrasados ou ausentes.

“Barulhos estranhos” são outra fonte de aborrecimento, originados na suspensão (estalos, rangidos), painel, portas e até para-choques. Em alguns casos, a Toyota classificou ruídos da suspensão como “característica do veículo”.

A qualidade do acabamento interno é criticada, especialmente em comparação com versões internacionais ou o Corolla Sedan. O freio de estacionamento por pedal (nos modelos pré-2025) foi visto como antiquado. O escapamento exposto, apelidado de “marmitex”, foi alvo de críticas e notificação pela Senacon. O uso extensivo de plásticos duros, manchas nos bancos e ferrugem prematura também são mencionados.

O sistema multimídia é um grande foco de frustração. Devido à escassez de semicondutores, algumas unidades receberam centrais alternativas (ex: Multilaser), consideradas inferiores, lentas, propensas a falhas e com problemas de pareamento com Apple CarPlay/Android Auto. O portal Mobiauto identificou este como o “principal problema no Reclame Aqui” para o modelo.

O espaço do porta-malas (440 litros) é considerado pequeno, assim como o espaço para pernas no banco traseiro e o ângulo de abertura da porta traseira. Relatos sobre o câmbio CVT incluem “trancos” na simulação de marchas, descritos pela Toyota como “característica inerente”. Há ainda menções a trilhos de teto soltando-se, com a Toyota supostamente não realizando o reparo em um caso.

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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