Viagem de trem que dura 13 horas conecta dois estados brasileiros, atravessando rios, montanhas e diferentes biomas, enquanto enfrenta desafios ambientais e se torna um dos trajetos turísticos mais valorizados do país.
Viajar por 13 horas a bordo de um trem que percorre 664 quilômetros, cruzando rios, montanhas e paisagens deslumbrantes, é uma experiência que tem conquistado cada vez mais brasileiros.
De acordo com informações atualizadas de maio de 2025, a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que liga Minas Gerais ao Espírito Santo, é o único trem no país com rota turística e partidas diárias de longa distância.
Essa ferrovia histórica, inaugurada em 1904 para escoar a produção de café, transformou-se em uma das atrações turísticas mais apreciadas da região, transportando cerca de 700 mil passageiros anualmente.
O trajeto se desenrola às margens do Rio Doce, oferecendo vistas que alternam entre a densa Mata Atlântica, áreas de Cerrado, montanhas imponentes e rios abundantes.
A diversidade dos cenários impressiona a todos que embarcam, revelando uma conexão profunda com a natureza brasileira.
Além de seu papel turístico, a ferrovia desempenha uma função estratégica para a economia local ao transportar cargas essenciais, como minério de ferro, soja e fertilizantes, entre os dois estados.

Conforto e comodidade durante o trajeto
O passeio de trem oferece aos passageiros conforto comparável ao de um hotel sobre trilhos.
O trem dispõe de ar-condicionado, serviço de bordo com lanches e entretenimento com monitores presentes em todos os vagões, tanto na classe executiva quanto na econômica, segundo relatos de viajantes recentes.
Com aproximadamente 16 carros, a composição inclui também uma lanchonete e um restaurante, garantindo que o conforto e a conveniência estejam presentes durante toda a jornada.
Ao longo do percurso, os viajantes têm a possibilidade de desembarcar e embarcar em 30 estações, sendo 21 localizadas em Minas Gerais e nove no Espírito Santo.
Essa estrutura facilita o acesso das comunidades locais à ferrovia, promovendo a integração regional.
Mais que um passeio: transporte de cargas e desafios ambientais
Embora a Estrada de Ferro Vitória-Minas seja uma das joias do turismo ferroviário brasileiro, sua principal função ainda é o escoamento do minério de ferro para o Porto de Tubarão, na capital capixaba.
Conforme apontam estudos recentes, a cidade de Vitória enfrenta um problema crônico de poluição do ar causado pelo transporte do chamado “pó preto”, um resíduo resultante da movimentação do minério.
Essa questão ambiental tem mobilizado moradores, autoridades e a própria empresa responsável pela operação do trem, a Vale S.A.
Em 2015, denúncias públicas contra a Vale levaram à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do pó preto, formada por vereadores da cidade.
Desde então, a empresa tem sido orientada a implementar ações para mitigar a emissão dos poluentes e reduzir os impactos sobre a qualidade do ar na região, conforme estabelecido por autoridades ambientais estaduais.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo solicitou um estudo detalhado à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
O resultado foi um relatório que contém um plano de metas para diminuir a poluição atmosférica causada pela ferrovia.

Medidas adotadas e avanços ambientais
Entre as iniciativas mais recentes da Vale está a instalação, em 2022, de uma cobertura na usina que impede que o pó gerado durante as operações seja lançado na atmosfera.
Essa ação faz parte do Plano Diretor Ambiental da empresa, que visa à sustentabilidade e à melhoria das condições ambientais na região, segundo documentos oficiais da companhia.
Além disso, a Vale tem investido em tecnologias para monitoramento constante da qualidade do ar e para o controle das emissões durante o transporte de minério.
Tais medidas são fundamentais para garantir que o turismo ferroviário, que depende da valorização da paisagem natural, possa coexistir com as atividades econômicas da região.
O turismo ferroviário como força cultural e econômica
A Estrada de Ferro Vitória-Minas é mais do que um meio de transporte; é um símbolo cultural e uma ferramenta de desenvolvimento regional.
O trem é um elo que conecta comunidades, promove o turismo sustentável e resgata uma tradição histórica do Brasil, despertando o interesse tanto de brasileiros quanto de estrangeiros.
Projetos futuros, conforme notícias recentes, buscam integrar ainda mais essa ferrovia com outras rotas turísticas em São Paulo e Rio de Janeiro, ampliando as opções para os amantes de viagens ferroviárias.
Essa iniciativa mostra o potencial do transporte sobre trilhos como alternativa turística, econômica e ambiental para o Brasil.

Viagem que conecta história, natureza e economia
Em resumo, a Estrada de Ferro Vitória-Minas oferece uma experiência única aos viajantes.
Durante as 13 horas de viagem, é possível observar de perto a riqueza natural do país, a complexidade econômica da região e os desafios ambientais enfrentados atualmente.
Ao mesmo tempo, o conforto do trem garante uma jornada agradável e segura.
Essa ferrovia segue firme como uma das rotas turísticas mais queridas do Brasil, capaz de unir passado e presente em uma viagem inesquecível.
E você, já embarcou nesse trem ou gostaria de conhecer essa rota histórica? Quais outros passeios de trem no Brasil você acha que merecem mais destaque? Comente e participe da conversa!
FONTE: CLICK PETRÓLOE E GÁS