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SOCORRO! UFMG revela dado chocante e poeira tóxica: pó da mineração sufoca Congonhas e ameaça população; 89% das vias têm poeira acima do aceitável, cita pesquisa bombástica

Atividade mineradora e condições meteorológicas são alguns dos fatores responsáveis pela poluição do ar e, consequentemente, em ameaçar a saúde de uma população. Um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Congonhas, identificou valores de concentração acima do limite estabelecido por entidades referência no tema. A pesquisa revelou que as vias pavimentadas do município mineiro apresentam um grande volume de ‘slite’ – poeira acumulada sobre uma superfície, geralmente expressa em gramas por metro quadrado (m²), encontrada em cidades que têm forte presença da mineração e tráfego de veículos pesados. Uma equipe de cientistas recolheu, entre 23 de junho e 2 de julho deste ano, amostras em 38 vias de diferentes regiões de Congonhas, além de trechos da rodovia BR-040.

Neste período, as amostras foram coletadas em dias úteis, com adaptações de metodologias internacionais para ser possível identificar padrões diários, semanais e sazonais de teor de slite. Os resultados mostraram valores de concentração acima limite previsto pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA) e superiores aos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

As medições mostraram que 89% dos locais avaliados apresentaram concentrações entre 1 e 7 gramas/m², enquanto 11% superam esse valor, sendo considerados trechos críticos quanto ao potencial de levantar poeira e afetar a qualidade do ar, aumentando também o incômodo da população com relação à sujeira. “Conseguimos um diagnóstico completo de poeira, não só da poeira suspensa na região de Congonhas, mas também de onde vem todas as emissões antropogênicas, nos permitindo planejar ações mais eficazes para proteger a saúde da população”, explicou Taciana Toledo, professora do departamento de Engenharia Sanitária Ambiental da UFMG.

Taciana explicou que o desenvolvimento da pesquisa foi motivado pela necessidade de atualizar dados sobre o tema. O último estudo do tipo foi realizado em 2012 e publicado no ano seguinte. “Mais de 10 anos se passaram e só agora estamos conseguindo atualizar esse inventário”, disse. O “inventário de fontes de emissão” é um documento calculado a partir das atividades que acontecem em um município. Os especialistas são encarregados de listar todas as empresas que têm um potencial poluidor na cidade. “Ao listar essas empresas, precisamos ir atrás de mais informações como o que eles produzem, quantos caminhões aquela empresa tem e que ficam circulando em uma determinada área, como de mineração e escavação, por exemplo”, contou a professora. “Em resumo, fazemos uma listagem de atividades urbanas e humanas que produzem poluentes atmosféricos”, completou. Com o inventário concluído, os pesquisadores identificaram a presença de uma das principais substâncias poluentes que está associada a riscos à saúde, em especial doenças respiratórias e cardiovasculares.

“A qualidade de vida da população acaba sendo bastante afetada, principalmente na questão do bem-estar, pois a cidade fica sempre suja. Isso afeta a respiração das pessoas, principalmente aquelas que têm mais problemas respiratórios já pré-existentes, crianças, idosos”, explicou Taciana. UFMG adota vestibular seriado a partir de dezembro de 2025 Perfil utiliza IA para simular reitora da UFMG em vídeos de divulgação Como descobrir se um diploma universitário é falso em poucos passos Além dos efeitos na saúde da população, a presença da poeira pode afetar o patrimônio da cidade. A professora da UFMG destaca que esculturas e construções podem ser danificadas ao longo do tempo. “Além disso, reduz a visibilidade. Conseguimos perceber quando a cidade está em episódio de nuvem de poeira, por exemplo, conseguimos ver a cidade ficar mais cinza”, contou. Com base nos resultados, é possível “propor medidas preventivas, regulatórias e operacionais capazes de reduzir impactos, prevenir episódios críticos, consolidando Congonhas como referência nacional em gestão da qualidade do ar”, explicou Taciana.

O relatório técnico integra o projeto Pesquisa e Desenvolvimento de Metodologias para Prognóstico e Prevenção de Eventos Críticos de Poluição Atmosférica que, embora concentrado em Congonhas, abrangeu os municípios vizinhos de Belo Vale, Conselheiro Lafaiete, São Brás do Suaçuí, Jeceaba, Ouro Branco, Ouro Preto e Itabirito. A pesquisa foi realizada por uma equipe multidisciplinar de cientistas da UFMG, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e pela equipe técnica de uma empresa especializada em consultoria ambiental.

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