Durante a sessão desta terça-feira (9), o presidente da Câmara Municipal de Congonhas, vereador Averaldo Pica-Pau (PL), ocupou a tribuna para um dos discursos mais duros de seu mandato. Em tom crítico, ele questionou a gestão do Hospital Bom Jesus (HBJ), cobrou mais responsabilidade do Executivo e alertou que a atual forma de administração pode comprometer o futuro do governo e da cidade.
“Estamos rasgando dinheiro no HBJ”, afirma vereador
Averaldo iniciou sua fala reforçando preocupações apresentadas por outros vereadores sobre a eficiência do HBJ. Ele relatou uma reunião com o secretário de Saúde do Estado, em que, segundo ele, foi dito que Congonhas “está jogando dinheiro fora” ao financiar um hospital que não estaria entregando resultados proporcionais ao investimento municipal. O presidente criticou a falta de resolutividade do hospital, citando cirurgias remarcadas, sobrecarga na enfermagem e possíveis dificuldades de gestão interna. “O HBJ não está entregando. E não podemos deixar vínculo pessoal ou história sobrepor o princípio da eficiência”, afirmou.
Ele também mencionou que médicos teriam reagido negativamente ao seu pedido de informações sobre salários e contratos. “Se presta serviço para o município, tem que ser público. Por que o desespero?” Averaldo defendeu que, se a empresa responsável pela administração não estiver entregando, o Executivo deve trocá-la.
Críticas à estrutura administrativa
Além dos problemas no hospital, o presidente ampliou a crítica para a gestão municipal. Segundo ele, o governo estaria carregado de pessoas sem produtividade, que dificultariam o andamento das ações e isolariam o prefeito. O prefeito é inteligente, mas tem muita tranqueira em volta dele. Gente que não entrega, gente que só protege o próprio umbigo.”
Para Averaldo, a dificuldade do governo em avançar decorre, em grande parte, de cargos que não estariam sendo ocupados por funcionários capazes ou comprometidos. Ele sugeriu que muitos deveriam ser exonerados. “Tem chefe de setor que, para ser ruim, tem que melhorar muito.” O presidente afirmou que alertou o prefeito desde o início do mandato sobre os riscos da reforma administrativa e da manutenção de certos nomes na equipe.
Alerta para 2026: “É ano de entrega”
Averaldo reforçou que o próximo ano será decisivo para o governo e para a Câmara. “Quem não performou em 2024 não vai performar mais. Se não cortar agora, quem vai pagar é o povo — e depois o governo e esta Casa.” Ele também questionou a capacidade atual do município de construir um novo hospital se não consegue gerir o HBJ. “Se não conseguimos resolver o HBJ, como vamos construir um novo? Precisamos mostrar para a população que dá para resolver.”
Cobranças finais
O presidente encerrou pedindo mudanças urgentes no atendimento pediátrico, defendendo uma recepção exclusiva para evitar exposição das crianças a situações de emergência da porta aberta.Por fim, deixou um recado direto ao governo.“É hora de virar a chave. Quem está no governo precisa mostrar a que veio. Se não entregar, a população vai exonerar todos nós no final.”