Garimpando: Notícias de Conselheiro Lafaiete – 15

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

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NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 15

O falecido e notável jornalista e pesquisador Joaquim Rodrigues de Almeida disse-me haver encontrado, na  fazenda dos Macacos, documentos que afirmavam que a primitiva igreja fora construída de esteira, coberta de colmos ou de capim por não haver, naquele tempo, material apropriado.”

Padre José Duarte de Souza

Igreja da Passagem antes da reforma / Imagem de Célio dos Santos

Continuando a focalizar a nossa História de Conselheiro Lafaiete através dos tempos,  chegamos a:

1774 – Construção da Igreja de Passagem de Conselheiro Lafaiete (Passagem de Gagé).

Esta não foi a primeira igreja de Carijós, etapa inicial da vida de nossa cidade de Conselheiro Lafaiete. De acordo com Padre José Duarte de Souza, em seu livro inédito SUBSÍDIO DE PESQUISAS FEITAS PELO PADRE JOSÉ DUARTE DE SOUZA NO ARQUIVO PAROQUIAL E NO FÓRUM DE CONSELHEIRO LAFAIETE, NO DA CÂMARA ECLESIÁSTICA DE MARIANA, NO ARQUIVO MINEIRO, NO MUSEU DE SÃO JOÃO-DEL-REI: “O falecido e notável jornalista e pesquisador Joaquim Rodrigues de Almeida disse-me haver encontrado, na  fazenda dos Macacos, documentos que afirmavam que a primitiva igreja fora construída de esteira, coberta de colmos ou de capim por não haver, naquele tempo, material apropriado. Esta capela serviu, naturalmente, por algum tempo, para a celebração do clto divino e catequese dos selvícolas, feita, provavelmente, pelos jesuítas, cerca de 1690.”

Para falar sobre ela, vou transcrever um artigo que escrevi e foi publicado nesta coluna do Correio de Minas na Edição 137, de 31 de maio de 2006, porque tem relação com esta igreja e seus primeiros tempos e dá uma visão com pessoa envolvida com ela naquela época da segunda metade do século XVIII. Será uma introdução ao estudo desta igreja. Aqui vai o artigo do passado:

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UM NABABO EMPREENDEDOR EM NOSSA HISTÓRIA

                                                           Avelina Maria Noronha de Almeida

Um dos intuitos desta coluna é garimpar aqui e ali, em livros que não estão facilmente disponíveis, alguns fatos da história de Conselheiro Lafaiete e trazê-los para os nossos leitores. Uma das melhores fontes, e que ainda espero usar muitas vezes, é   “MINHAS RECORDAÇÕES” de Francisco de Paulo Ferreira de Rezende, que sempre nos traz alguma novidade.

É assim que ele nos relata: 

“Além da Freguesia da Itaverava, em que se descobriu o primeiro ouro de Minas, e a de Catas Altas, em que este se mostrou muito mais abundante, ainda havia em Queluz um lugar que se tornou notável pela grande quantidade que aí se retirou desse metal. Este lugar chama-se Passagem e fica a uma légua mais ou menos de Congonhas.”

Assim havia outra igreja anterior.

Um parênteses na história: Passagem é um local ao qual se vai entrando em Gagé ou continuando o caminho de Casa Branca, vindo da Santa Efigênia, e que faz parte de uma de minhas hipóteses a respeito dos primeiros tempos de nossa cidade. Penso que ali seria o aldeiamento de índios carijós e mineradores que garimpavam na Serra de Ouro Branco (Serra do Deus Te Livre), o qual foi visto por bandeirantes, de acordo com informação de Saint-Adolphe, um desses viajantes estrangeiros que aqui vieram no passado e nos deixaram muitas notícias importantes. Creio que escavações naqueles locais poderiam trazer um material arqueológico valiosíssimo.

Continuemos com Ferreira Rezende:

Imagem da Internet

“Um dia em que eu viajava lá para os lados de Ouro Preto, atravessei um rego que se dirigia para as bandas da Passagem; e eis aqui o que a seu respeito me contaram. Possuindo alguma fortuna e sendo um homem extremamente empreendedor, o dono ou o descobridor daquelas minas, que sabia muito bem quanto eram ricas e que pouco ou nada podia fazer, por causa da água que era escassa ou não era suficiente para ser útil, já não sabia de que expediente pudesse lançar mão que o tirasse daquela tão grande contrariedade, quando afinal julgou achar esse meio. E eis aqui qual foi. Como se sabe, na serra que passa próximo de Queluz, há um lugar em que se encontra, a muito pequena distância, águas que correm para o Piranga ou Rio Doce, para o Paraopeba ou S. Francisco e finalmente para o Carandaí ou Rio Grande; e caminhando-se desse ponto para os lados do Ouro Preto, vai-se tendo sempre à direita as águas do Rio Doce e à esquerda as do S. Francisco. Vendo, pois, aquele homem, que não achava na bacia do Paraopeba a água de que tanto precisava, resolveu trazer para a bacia deste rio um córrego que na vertente oposta descia para o Piranga; e, embora tivesse, para isso, de vencer não pequenas dificuldades e uma distância de algumas léguas, empreendeu a tirada do rego. Como, porém, as suas posses não davam para uma tão grande empresa, contraiu entre os seus amigos e conhecidos um grande número de dívidas; meteu-se na mata e nunca mais apareceu, para que, enquanto tirava o rego, que devia levar muito tempo, não fosse ele inquietado pelos seus credores”, completou suas posses com dinheiro emprestado de amigos e conhecidos. Como o tempo fosse passando (pois a empreitada era difícil e o referido córrego estava a algumas léguas de distância) e o homem não aparecesse, justamente fugindo de assédio dos credores, estes resolveram tomar providências. Mas passo a palavra escrita para Francisco de Paula Ferreira Rezende (em Minhas Recordações) que sabe contar os fatos com seu estilo literário sugestivo e agradável: 

“Diante de um tal desaparecimento, os credores trataram de acioná-lo à revelia; prepararam as suas execuções; e quando o misterioso fujão de novo apareceu no campo, nas imediações de Ouro Branco e à frente do rego que vinha agora trazendo, sem mais demora começaram a cair sobre ele as citações para a  penhora, e ele, pelo seu  lado e com a maior impassibilidade, a pedir vista  para embargos”.

A história prossegue realmente interessante, mas vamos deixar a continuação para a próxima semana e veremos as peripécias, os sucessos e os sofrimentos do nosso personagem. Até lá!

(Continua)

Garimpando: Notícias de Conselheiro Lafaiete – 14

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

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NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 14

“Até há bem pouco tempo, antes da faminta verticalização que começou a engolir os horizontes de Lafaiete, uma igrejinha singela, no alto de um morro, poderia ser avistada de quase toda parte da cidade.

Em 16 de janeiro de 1752  foi criado o distrito do Campo Alegre dos Carijós com a elevação da freguesia, por Alvará Régio, à categoria de colativa, passando a ter privilégios régios.

Um ano ante, em 1751, Manuel de Sá Tinoco conseguiu a provisão autorizando a construção da Igreja de Santo Antônio, a qual já estava concluída em 1754.

A Igreja de Santo Antônio atravessou séculos e até hoje abençoa a cidade/ Imagem da Internet

 

Quando a provedor da Irmandade de Santo Antônio de Queluz, de nossa cidade, era Matusalém Rezende Jardim, um familiar do historiador Joaquim Rodrigues de Almeida levou até o provedor um livro antigo onde havia importante registro histórico da Igreja de Santo Antônio, encontrado pelo historiador entre acervo antigo da fazenda Água Limpa, em Carijós, depois Queluz e hoje Conselheiro Lafaiete.

O Irmão Allex Assis Milagre fez profundos estudos dos documentos ali presentes escrevendo um artigo em que colocou as principais provas documentais recolhidas pelo Monsenhor, do qual aqui transcrevemos alguns trechos:

“Até há bem pouco tempo, antes da faminta verticalização que começou a engolir os horizontes de Lafaiete, uma igrejinha singela, no alto de um morro, poderia ser avistada de quase toda parte da cidade. É a igreja de Santo Antônio, cuja história se entrelaça com o desenvolvimento do Campo dos Carijós, no século XVIII.

 

O templo foi dedicado ao milagroso Santo Antônio

A origem dessa igreja é por volta de 1741, quando esteve em Carijós um missionário por nome Frei Jerônimo e benzeu aquele pedaço de terra, no Morro das Cruzes, para que ali fosse construída a igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Entretanto, passaram-se quase dez anos e a construção não tivera início, quando, então, o capitão Manoel de Sá Tinoco requereu e obteve, a 14 de março de 1751, de Dom Frei Manoel da Cruz, primeiro bispo de Mariana, provisão para erigir e construir patrimônio para Santo Antônio.

Ao contrário da maioria dos templos católicos, construídos nas Minas Gerais do século XVIII e XIX, a igreja de Santo Antônio não foi construída para abrigar uma irmandade. O Capitão Manoel de Sá Tinoco, antes de lucrar provisão para construir a dita igreja, teve que se indispor com a comunidade do Rosário, que se julgava dona e possuidora do terreno junto ao Morro das Cruzes. Assim sendo, recorreu ao bispo de Mariana nos seguintes termos:

Exmo. Revmo. Sr., diz o Capitão Manoel de Sá Tinoco, morador na freguesia de Nossa Senhora da Conceição. Campos dos Carijós, comarca do Rio das Mortes. Que ele suplicante, quer edificar uma capela com invocação de Santo Antônio, junto ao mesmo arraial, donde se acha o Morro das Cruzes, fazendo-lhe patrimônio com bens de raízes, livres e desembargados com paramentos e o que mais que lhe for necessário, tudo à sua custa, ficando, assim, gozando de privilégio de padroeiro e protetor da dita capela e porque junto daà dita passagem, onde o suplicante quer edificar a dita capela,  o Revmo. Frei Jerônimo, missionário que foi nestas Minas, há oito para nove anos, demarcou e, dizem benzer para a Irmandade dos Pretos do Rosário um pedaço de chão para fazerem uma capela que a dita Irmandade do Pretos não cuidaram,até o presente, levantar e só querem impedir ao suplicante que aquela obra tão pia com o frívolo pretexto de quererem fazer capela para Nossa Senhora do Rosário. Para Va. Exa. Reverendíssima lhe faça mercê conceder ao suplicante a licença para edificar a sobredita capela para cuja obra tenho alguns materiais prontos e necessários para a obra justa ou presente e não tem o suplicante dúvida consentir em que na dita capela se coloque Nossa Senhora, sendo padroeiro Santo Antônio para quem intenta fazer a dita obra.’

[…]

Consultada a Irmandade do Rosário, ela consentiu em ceder o terreno, desde que a imagem de sua padroeira fosse colocado no bico do altar, o que foi feito por Tinoco. A provisão da igreja de Santo Antônio foi passada a 14 de agosto de 1751.

O Capitão Manoel de Sá Tinoco era casado com D. Úrsulla das Virgens, com contrato de aras. Portanto, qualquer doação que desejar-se fazer, teria que ter o consentimento de sua esposa. Por isso, D. Úrsula passou procuração, a 23 de dezembro de 1757, a seu marido, dando-lhe plenos poderes para administrar todos os bens; então, a 13 de janeiro de 1758, em presença do tabelião da Vila de São José, a ‘ESCRITURA DE DOAÇÃO DE BENS QUE FAZ O CAPITÃO MANOEL DE SÁ TINOCO E SUA MULHER ÚRSULLA DAS VIRGENS À CAPELA DE SANTO ANTÔNIO DO ARRAIAL DOS CARIJÓS’. Devido à ação de insetos e umidade nos arquivos, tornou-se impossível a transcrição da dita escritura, todavia podemos ver que a constituição do patrimônio se faria através de doação de parte dos rendimentos anuais da fazenda da ‘Água Limpa’, de sua propriedade que fazia divisa com as terras de Antônio Francisco França, de Phelippe Antônio (?), Antônio Dutra da Costa, e Francisco da Sylveyra Gigante e Amaro Pereyra. O promotor só aceitou essa segunda escritura depois que D. Úrsulla escreveu a seguinte declaração:.

‘Por esse de minha letra é sinal, digo, eu, D. Úrsulla das  Virgens Sacramento, que de minha livre e espontânea vontade, aprovo uma escritura de doação que meu marido,o Capitão Manoel de Sá Tinoco fez dos reditos de uma fazenda que possuímos cita na freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo dos Carijós, para patrimônio de uma capela da invocação do Senhor Santo Antônio, filial desta matriz, a qual escritura hei por boa e firme e  valiosa com o selo de própria mão assinar. E por este me obrigo em todo o tempo, nem em parte alguma, reclamar ou ir contra ela, antes quero que, hoje e para todo o sempre, se lhe dê todo o seu inteiro e devido cumprimento e para todo tempo constar, fiz este de minha letra, e sinal. Carijós, 7 de julho de 1758 anos (a) Úrsulla das Virgens Sacramento.’            .

Juntada a declaração acima ao, o juiz do tribunal eclesiástico, Mons. Ignacio Correia de Sá, mandou qu fossem ouvidas as testemunhas a fim de certificar se a fazenda “Água Limpa” era, realmente, de propriedade do suplicante. Após confirmado, o cônego Manoel Castello Branco exarou a seguinte sentença nos autos:

‘Vistos estes autos de patrimônio da capela de Santo Antônio da freguesia de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, testemunhas inquiridas, documentos e o mais que dos autos consta; mostram que, por petição do capitão Manoel de

Sá Tinoco e sua mulher se tem feito doação para o dito patrimônio, na quantia de nove mil réis, pagos anualmente dos reditos de uma fazenda, cita na mesma freguesia do Carijós, na passagem chamada Água Limpa; daquela fazenda são verdadeiros senhores e possuidores, os ditos doadores que a possuem de todo e qualquer embaraço = ajunte tudo. Visto. aceito a dita doação por parte da Igreja e julgo por bem o dito

Sá Tinoco e sua mulher se tem feito doação para o dito patrimônio, na quantia de nove mil réis, pagos anualmente dos reditos de uma fazenda, cita na mesma freguesia do Carijós, na passagem chamada Água Limpa; daquela fazenda são verdadeiros senhores e possuidores, os ditos doadores que a possuem de todo e qualquer embaraço = ajunte tudo. Visto. aceito a dita doação por parte da Igreja e julgo por bem o dito patrimônio em que para seu testemunho se lhe (ilegível) sua senhora; pagos os autos. Mariana, 12 de novembro de 1758. – (a.) Manoel Cardozo Frazão Castello Branco.’ 

Encerrou-se, assim, o processo de patrimônio da Igreja de Santo Antônio, ficando o Capitão Manoel de Sá Tinoco como seu protetor. Após sua morte, D. Úrsulla das Virgens ficou com o padroado, direito esse após sua morte passando a seus filhos padre Manoel de Sá Tinoco e o doutor José de Sá Tinoco. Dona Úrsulla das Virgens Sacramento faleceu em Carijós onde foi sepultada no interior da igreja matriz a 15 de agosto de 1799. Após a morte de , tomaram conta do templo sua viúva, Úrsula das Virgens, e, posteriormente, seus filhos Dr. José de Sá Tinoco e Manoel de Sá Tinoco.

Joaquim Lourenço de Baêta Neves, Barão de Queluz

Tempos depois, foi doado para os fundadores  da Irmandade de Santo Antônio de Queluz, fundada em 16 de outubro de 1870 pelo Barão de Queluz, Joaquim Lourenço Baêta Neves, que foi seu primeiro provedor.

(Continua)

 

 

 

 

 

Garimpando: Notícias de Conselheiro Lafaiete – 13

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

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NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 13

 

O PINTOR MAIS ANTIGO DA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE CONSELHEIRO LAFAIETE 

São descendentes do pintor Ignacio Pereira do Amaral em

Conselheiro Lafaiete, entre outros: um ramo da família Rodrigues Braga

e os Meirelles descendentes do Comendador Francisco Nemezio Nery de Pádua.

Vou continuar a transcrever a postagem de Roberto Belisário, embora longa, mas muito importante para a nossa história lafaietense, agradecendo aqui o historiador pelo grande presente que nos legou com sua pesquisa:

       O QUE SÃO PROCESSOS DE GENERE, VITA ET MORIBUS:

Imagem da internet

“Quando alguém se ordenava padre no século XVIII em Portugal e dependências, era preciso que passasse por três processos: um, para inventariar seu patrimônio, a fim de demonstrar que era suficiente para sua ordenação; dois, para assegurar a correteza de sua vida moral (moribus); três, para assegurar a “pureza” do seu sangue, ou seja, que era batizado e filho de pais casados e batizados e que não era descendente do que na época eram consideradas “raças infectas”, nas palavras do formulário utilizado (negros, judeus, índios etc.). Esse terceiro processo, chamado processo de genere, era na verdade feito em estágios anteriores da ordenação. Ele possui informações riquíssimas para genealogistas, pois muitas vezes cita até os bisavós do habilitando (a maioria não era completa, pois a incúria para isso era grande na época).
Para extrair os dados necessários, eram enviadas requisições para os locais competentes para que estes enviassem cópias das certidões de batismo e de casamento do habilitando, de seus pais e de seus avós. Também, eram enviadas requisições para as paróquias onde o habilitando e seus pais e avós residiram, a fim de tomar depoimentos de testemunhas que o conheceram, arroladas pelos párocos locais. Esses depoimentos muitas vezes fornecem dados biográficos preciosos sobre os ancestrais do habilitando e às vezes sobre suas redes sociais. No documento que consultei, esses testemunhos informavam sobre algumas atividades de artífice do avô materno do habilitando, o açoriano Inácio Pereira do Amaral.

 Os processos de moribus também possuem testemunhos, mas não tão ricos (em geral, apenas afirmam que o habilitando não é criminoso nem adúltero etc.). Os de patrimônio incluem cópias de diversos documentos, como de escrituras de terras; às vezes podem ser inferidas informações sobre o nível econômico do habilitando e de seus pais.

RESUMO BIOGRÁFICO DE IGNÁCIO PEREIRA DO AMARAL
Freguesia das Angústias

Imagem da Internet

O sargento-mor Inácio Pereira do Amaral nasceu em 22 de janeiro de 1698 na freguesia das Angústias, na vila de Horta, na ilha do Faial, Arquipélago dos Açores. Era filho do sapateiro Antônio Pereira e de Serafina Rodrigues, ambos também naturais da vila de Horta. Seus pais moravam no lugar chamado Porto Pim e tiveram pelo menos mais um filho além de Inácio, Francisco Pereira do Amaral.

   Dos Açores, Inácio foi ao Rio de Janeiro.

      Rio de Janeiro

Imagem da Internet

 

Foi depois a Ouro Preto, em Minas Gerais, onde morou desde o início da década de 1730, pelo menos, e, como pintor, pelo menos desde o início da de 1740. Ali, morava na frente da Igreja Velha do Rosário dos Pretos (não confundir com a atual Igreja do Rosário) e teve uma “fábrica” (uma oficina de pintura?) onde trabalhavam “pretos e rapazes pintores”

Sobre seu ofício de pintor em Ouro Preto, testemunhas que o conheceram se lembraram, na década de 1790, de ele ter pintado a dita igreja Velha do Rosário dos Pretos e também uma imagem de São Jorge. Uma pequena amostra de um dos serviços menores que deviam povoar sua atividade ao redor desses outros mais notáveis aparece no Arquivo Público Mineiro, nos fundos públicos da Câmara Municipal de Ouro Preto, onde consta uma solicitação de Inácio Pereira do Amaral, datada de 18 de abril de 1744, ‘do pagamento de 35 oitavas e meia de ouro, referente à pintura de 12 varas para os almotacés e de 5 para os vereadores’ Já sobre sua vida particular, a única coisa transmitida pelos testemunhos é que costumava ir na procissão do Corpo de Deus.

Em Ouro Preto, casou-se com Margarida do Nascimento (originária da mesma freguesia das Angústias nos Açores) e ali tiveram duas filhas: Maria do Ó, casada com o mercador Domingos da Silva Neves, e Teresa Angélica de Jesus, nascida em 19 de setembro de 1734.

Quando Teresa ainda era criança, Inácio mudou-se para a freguesia do Campo dos Carijós (atual Conselheiro Lafaiete). Ali, as testemunhas que o conheceram se lembraram dele como pintor, escultor e ourives e também por ter pintado a igreja da Matriz do lugar.

A foto mostra a fachada atual da igreja pintada com a cor com que pintou Ignacio Pereira  de Amaral,

Imagem da Internet

Teresa casou-se em 6 de novembro de 1757 com o cirurgião português João Pinto Salgado (estes tiveram o filho João Bento Salgado, titular do documento consultado). Maria do Ó ficou em Ouro Preto com seu marido.”

O pintor Ignacio Pereira do Amaral é meu sexto avô. São descendentes dele, em Conselheiro Lafaiete, entre outros: um ramo da família Rodrigues Braga, a família Noronha, o ramo Franco a que pertence João Lúcio Franco, que foi presidente do Clube D. Pedro II e os Meirelles descendentes do Comendador Francisco Nemezio Nery de Pádua.

Garimpando – Notícias de Conselheiro Lafaiete 11

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

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 NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 11

UM DESFILE LUXUOSO NO SÉCULO XVIII EM VILA RICA

 

            Simão Ferreira Machado, que a tudo assistiu, escreveu um livreto do qual  selecionei alguns trechos, porque a narração total é muito extensa.

Imagem da Internet

Vila Rica

Quando se iniciava, no Arraial do Campo Alegre dos Carijós, a construção da nova matriz de Nossa Senhora da Conceição, o povo do arraial estava agitado  para ir a Vila Rica assistir a um desfile luxuoso que superou, em alguns pontos, a riqueza das atuais  Escolas de Samba, pois  não apresentavam apenas vitrilhos, paetês, missangas e brilhos fáceis, mas enfeites de ouro, prata, diamantes, enfim, adereços  de genuína qualidade, e tudo com muita Cultura e originalidade: a Procissão do Triunfo Eucarístico, realizada em  24 de maio de 1773.

O Santíssimo Sacramento fora transferido da matriz do Pilar para a ermida do Caquende, da Irmandade dos Irmãos Pretos de Nossa Senhora do Rosário, a fim de que se construísse uma nova matriz para o culto, pois a existente já se tornara pequena para o grande número de fiéis. Ficando pronto o templo, a Irmandade do Rosário, por conta própria, abriu um caminho beirando a montanha para que por ele passasse, de volta, a Custódia do Santíssimo Sacramento. .

Matriz do Pilar

Imagem da Internet

 Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Imagem da Internet

Simão Ferreira Machado, que a tudo assistiu, escreveu um livreto do qual  selecionei alguns trechos, porque a narração total é muito extensa. As palavras que estiverem em itálico é porque foram transcritas do texto.

A bênção da nova Igreja foi antes, no dia da Ascensão, prosseguindo as festividades com seis dias de luminárias entre os moradores da vila sendo que, num morro altíssimo, as luzes nas casas “pareciam aos olhos luminárias do Céu”..

No dia 24 de maio, nas ruas por onde passaria o cortejo, as janelas ostentavam sedas e damascos, com “lavores de ouro e prata, tremulando as idéias do Oriente, troféus à opulência do Ocidente”. Cinco arcos se erguiam, ricamente ornamentados com ouro e diamantes, o mesmo acontecendo com o altar onde descansaria o Divino Sacramento.

Após a missa e o sermão, saiu a procissão, precedida por uma dança de Turcos e Cristãos, por outras danças de Romeiros ricamente vestidos e pela dança de músicos “em cujas figuras era o ornato todo telas e preciosas sedas de ouro e prata” na qual dois carros faziam uma representação bíblica, saindo da abóboda do primeiro um Cavaleiro que ia  montar a serpente do segundo.

Simbolismos diversos e alusões culturais se faziam sempre presentes, como nas figuras a cavalo simbolizando os quatro ventos, Norte, Sul, Leste e Oeste, cada um deles ornamentado de maneiras diversas. Eis a descrição de apenas um deles:

“O Vento Oeste trazia na cabeça uma caraminhola de tisso-branco, coberta de peças de prata, ouro e diamantes, cingida de uma peluta branca, matizada de nuvens pardas; rematava posteriormente em um laço de fita de prata, cor de rosa, coberto de uma jóia de diamantes; ao alto um cocar de plumas brancas, cingido de arminhos; o peito coberto de penas brancas, umas levantadas outras baixas, todas miúdas; guarnecido de renda de prata, o capilar de seda branca de flores verdes, guarnecido de galões de prata; vestia uns manguitos de cambraia transparente e finíssimas rendas; três fraldões de seda branca e de flores verdes e cor de rosa, guarnecidos de franjas de prata; os borzeguins cobertos de pena; nas costas duas azas e um letreiro do seu nome; na mão esquerda uma trombeta, de que pendia um estandarte de cambraia transparente, bordada a mão, guarnecido de laços de fita de prata, cor de rosa e cor de fogo”.

                  

Participantes do desfile

  Em seguida, “vestidos à trágica”, surgiam, a cavalo, as figuras mais majestosas do cortejo. À frente a Fama, com precioso toucado de flores de diamante ornando-lhe a cabeça e na indumentária de finíssimos tecidos havia, entre outros enfeites, plumas, bordados de ouro, broche de diamante, franjas de ouro. “…sustinha na mão direita, pendente de uma haste de prata rematada em cruz, um estandarte de tela branca, em um uma face pintada a Arca do Testamento, e em outra uma Custódia, sobre um letreiro de letras de ouro que dizia: EUCHARISTIA IN TRASLATIONE VICTRIX”.Os pajens que a seguiam a pé vestiam trajes riquíssimos, representados como Mercúrio.

“Por ministérios destes, dirigiu a Fama, ao povo, vários e elegantíssimos poemas em elogio da solenidade”.

 (CONTINUA)

Jornalista suaçuiense cria canal no Youtube para resgatar papel das histórias na formação das crianças

Venha conhecer o mais novo canal do youtube, onde crianças contam histórias para crianças e todas as aventuras inventadas por elas se transformam em desenhos animados incríveis. A cada novo episódio, você conhece lugares fantásticos e inesperados. Seja enfrentando vilões muito malvados nas Montanhas do Perigo ou voando de foguete para planetas desconhecidos, cheios de dinossauros (uns bonzinhos outros nem tanto) e marcianos verdes que gostam de viver sozinhos, a diversão é garantida!

QUEM SOMOS

Chamamos Histórias de Criança, mas somos histórias para todas as idades. Somos histórias puras e simples, do jeito que todo mundo precisa para ter fé na vida, nas pessoas e em si mesmo. Histórias cheias de aventura e superação de desafios. Histórias sobre piratas inventores, dragões de alma pura, gigantes comedores de nuvens e pequenos heróis de grande coração. Somos histórias cheias de fantasia, imaginação e coragem. Somos histórias sobre todos os sonhos que existem em uma criança e em cada um de nós, afinal, toda criança é um universo de histórias.

CANAL NO YOUTUBE

Dê asas a sua imaginação e venha para o Histórias de Criança, seu mais novo e mais querido canal de historinhas infantis, no youtube. No episódio de estréia, lançado em 2017, o pequeno Miguel Godinho, de apenas quatro anos, conta as aventuras do Ninja Mascarado, atravessando as Montanhas do Perigo, em busca de vencer o malvado dragão azul. Você pode assistir a essa e outras aventuras direto no youtube ou visitar o site do projeto (www.historiasdecrianca.com). Quem entra no site e se inscreve no canal concorre à brindes especiais (camisas e canecas sobre o mundo mágico de Histórias de Criança). Além disso, encontra os links diretos para as redes sociais do projeto no facebook ou instagram e acessa filmes, fotos, ilustrações dos trabalhos já criados ou em desenvolvimento. ’

A IMPORTÂNCIA DE CONTAR HISTÓRIAS

Quem já é adulto sabe que a infância é uma das melhores e mais lindas fases da vida. Época de aprendizado e descobertas, onde tudo é possível, basta apenas sonhar. Por isso, toda criança precisa viver grandes aventuras no mundo da imaginação, antes de crescer. Em combate a um mundo onde crianças não ouvem histórias e crescer tornou-se uma obrigação urgente, nasceu o Histórias de Criança. Projeto que acredita no poder transformador de contar histórias, atividade tão antiga quanto a própria humanidade, originada nos desenhos das cavernas e que atravessou o tempo, se transformando e evoluindo em novas tecnologias.

“Todo mundo pode aprender muito ouvindo e contando histórias. Histórias infantis são ferramentas importantes na formação da identidade e valores de toda criança. São essas atividades lúdicas, vivenciadas na infância, que constroem pessoas melhores,” explica Héder Godinho, criador do projeto. Jornalista e mestre em Teoria Literária pelas universidades UNI-BH e UFSJ, Héder é quem cria o projeto, ilustra os desenhos, cria os vídeos e produz os desenhos animados do canal. Paralelo à produção dos filmes, ele escreve um livro, também chamado Histórias de Criança e que originou todo o projeto.

COMO NASCEU O PROJETO

Comecei escrevendo um livro infantil, mas logo surgiram alguns milhões de desenhos que fui rabiscando aqui e ali. Muito empolgado com todo o meu projeto de escrita, acabei contando a história para meu afilhado Miguel, na época apenas com quatro anos. Em seguida, ele me pediu para brincar com uma das minhas câmeras de vídeo. Correndo de um lado para o outro, ele acabou filmando a sua própria versão sobre as histórias do meu livro. O vídeo ficou gravado no HD da minha câmera e eu só fui assisti-lo mais tarde. Apesar de um pouco sem pé nem cabeça, gostei do que vi. Havia potencial naquilo tudo. Editei o vídeo e fiz alguns ajustes, mas, ainda faltava alguma coisa. A história estava lá, mas faltava transformá-la em desenho animado. Precisei aprender a fazer isso, e apesar de não ter sido fácil, valeu muito a pena. Após algum tempo, o vídeo estava concluído e havia ficado incrível. Mostrei, finalmente, o material para minha família e aceitação foi positiva. Então, resolvi postar o vídeo no youtube, com a intenção de divulgar meu livro. Aos poucos, os vídeos foram se tornando queridos pelos inscritos do canal e acabaram ganhando o foco principal, enquanto eu continuo escrevendo o livro e até ele ficar pronto. Sinto-me imensamente feliz em poder desenvolver esse trabalho, pois através desse meu projeto consigo reunir habilidades minhas que mais gosto: escrever, desenhar, fotografar, criar filmes e contar histórias.

NOSSO LIVRO DE HISTÓRIAS

Para quem ficou curioso, o livro (em processo de escrita e também chamado Histórias de Criança) conta a aventura do herói menino em busca de alcançar as estrelas, para resgatar sua irmã, sequestrada pelo Rei da Lua. Para isso, ele precisa vencer seu medo de altura, enfrentar um rei egoísta e mimado, robôs com e sem coração, bruxas e feitiços da floresta. Frente a esses e muitos outros perigos, ele vai contar com a ajuda do dragão escuro, do cavalo rabisco, do pirata inventor e de um gigante comedor de nuvens. Só assim, vai conseguir voar alto e se tornar o herói que toda criança precisa ser. Essa é a trama principal do projeto Histórias de Criança e que será publicada em breve no livro. Até lá, você pode acompanhar outras aventuras disponíveis no canal.

HISTÓRIAS DE CRIANÇA NAS ESCOLAS

Cada vez mais o projeto cresce e avança. Hoje, ele já é um site, um canal no youtube, uma página no facebook e um perfil no instagram. Em breve, o projeto estrará em uma nova fase, gravando histórias contadas por crianças de escolas e creches. O objetivo do canal continua o mesmo: transformar as histórias imaginadas pelas crianças em desenhos animados. Crianças inscritas no canal também podem enviar seus vídeos. As melhores histórias são selecionadas e transformadas em desenhos infantis, disponíveis no site.

Não perca mais tempo, venha conhecer e viver grandes aventuras no Histórias de Criança!

www.historiasdecrianca.com

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