Minas Gerais é líder em energia solar no Brasil

Energy Brasil, principal franqueadora de energia solar do país comenta os motivos do estado ser líder no setor
 

Minas Gerais é o Estado que mais produz energia solar no país, segundo dados levantados em março de 2023 pelo Sistema de Informação de Geração da ANEEL (SIGA). O Estado é o primeiro em geração centralizada (GC), produzindo mais de 2GW (gigawatts) de energia. Já em geração distribuída (GD) é o segundo colocado, com mais de 2,46GW, ficando atrás apenas de São Paulo, que possui 2,8GW.  A Energy Brasil, maior franqueadora de energia solar do país, possui 23 franquias na região mineira, espalhadas por 12 cidades, que juntas representam mais de 6% do faturamento da marca.

Para Túlio Fonseca, CEO da Energy Brasil, alguns motivos explicam o aumento pela demanda de energia solar no local, como: o barateamento dos kits fotovoltaicos, maiores opções de parcelamentos, aumento da demanda por conta da lei 14.300 e encarecimento das tarifas energéticas na região. O executivo ainda acredita que a geração distribuída deve continuar aumentando. “Esperamos que a energia solar continue crescendo em Minas. Estamos preparados para acompanhar esse aumento”, comentou.

Ainda segundo dados da Agência, a região sudeste é responsável por mais de 33% na produção de Geração Distribuída. Também houve um aumento na  geração de energia solar distribuída no estado mineiro de mais de 74% em relação ao ano passado. Todos os 853 municípios já possuem GD.

Segundo Gustavo Nassif, diretor da Itsun, braço de engenharia da Energy Brasil, a demanda por projetos na região teve um aumento considerável em relação a 2021. “Estamos felizes com o aumento da demanda. Isso mostra que o setor solar está se democratizando cada vez em nosso país” afirmou.

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Faturamento Energy em 2022

A Energy Brasil anunciou que teve um faturamento de mais de R$ 180 milhões em 2022, um aumento superior a 108% em relação ao ano anterior. A líder em democratização no acesso à energia solar no país projeta que em 2023 tenha um faturamento superior a R$ 400 milhões. Com planos para abrir 72 novas franquias e mais de 100 novas lojas no país inteiro.

Sobre a Energy Brasil

Fundada em 2019, a Energy Brasil já conquistou o Selo de Excelência em Franchising 2022 organizado pela ABF e o selo 3 Estrelas segundo a Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, sendo a única empresa do segmento com estes dois selos. Presente na maioria dos estados brasileiros, a marca reúne atualmente 500 unidades e conta com um time de franqueados que comercializam kits fotovoltaicos, bem como serviços de instalação, manutenção e monitoramento. 

Vale produz, pela primeira vez, pelotas a partir de fontes renováveis

Teste utilizou biocarbono, de origem vegetal, no processo de queima das pelotas, no lugar do carvao antracito; combustível fóssil corresponde a cerca de 50% das emissões de carbono na pelotização

Vale anuncia hoje (16/3), Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, que conseguiu produzir pela primeira vez, em escala industrial, uma pelota com qualidade comercial sem o uso de carvão antracito. Realizado na pelotizadora de Vargem Grande (MG), o teste substituiu 100% do combustível fossil por biocarbono no processo de queima da pelota, aglomerado de minério de ferro utilizado na produção de aço na siderurgia. O biocarbono é um produto renovável, obtido através da carbonização de biomassa e, portanto, de emissão zero.

O carvão antracito corresponde a cerca de 50% das emissões de CO2 na pelotização, que, por sua vez, é o processo mais intensivo em carbono relativo às emissões diretas da companhia. Hoje, a pelotização corresponde a 30% do total do escopo 1. O teste foi iniciado com taxa de substituição de 50% do carvão pelo biocarbono, evoluindo gradativamente até chegar a 100%. No total, foram produzidas cerca de 50 mil toneladas de pelotas, das quais 15 mil com 100% de biocarbono de origem certificada.

Segundo o engenheiro Rodrigo Boyer, que conduziu a iniciativa, apenas na pelotizadora de Vargem Grande, o uso do biocarbono representa uma redução de cerca de 350 mil toneladas de CO2 anualmente, o equivalente à emissão de aproxidamente 75,4 mil carros populares de 1 mil cilindradas por ano . “Serão realizados novos testes em 2023 de maior duração para avaliação completa do processo. Só depois desta etapa, poderemos gerar informações para o desenvolvimento da engenharia necessária visando à implantação definitiva do projeto”, explicou.

O gerente-executivo de Projetos de Descarbonização da Vale, Rodrigo Araújo, disse que o teste é mais um passo importante na jornada da Vale em seu compromisso de zerar suas emissões líquidas de carbono nos escopos 1 e 2 até 2050. O escopo 2 refere-se às emissões indiretas, provenientes da compra de energia elétrica. “No caso da pelotização, o uso do biocarbono é a nossa principal iniciativa pelo fato de haver um grande potencial de produção de biomassa no Brasil”, afirmou.

Teste utilizou biocarbono, de origem vegetal, no processo de queima das pelotas, no lugar do carvao antracito – crédito: Sonia Bittencourt

Mudanças Climáticas

A escolha do Dia Nacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas para o anúncio do resultado do teste de biocarbono na pelotização não foi por acaso. A data foi estabelecida pela Lei nº 12.533, de 2011, como uma forma de promover a conscientização e o debate sobre os impactos das mudanças climáticas no planeta e para incentivar a adoção de medidas que visem à mitigação desses impactos.

Nessa direção, a Vale está investindo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir em 33% suas emissões diretas e indiretas até 2030, alinhada ao Acordo de Paris, com o objetivo de se tornar net zero em 2050. Além disso, até 2035, a empresa se comprometeu a cortar em 15% suas emissões de escopo 3, relacionados à cadeia de valor (fornecedores e clientes).

“A agenda climática é prioridade para a Vale. Por exemplo, desde 2020 a companhia adota um preço interno de carbono de US$ 50 por tonelada de CO2 equivalente ao avaliar a alocação de capital em novos projetos”, comenta Rodrigo Lauria, gerente-executivo de Mudanças Climáticas da Vale.

Para atingir esses objetivos, a companhia tem investido em tecnologias de baixo carbono, como a utilização de caminhões elétricos de 72 toneladas, já em operação na Indonésia e em Minas Gerais e em cerca de 50 equipamentos de mina subterrânea no Canadá. Entre os avanços no escopo 2, destaca-se o início da operação da usina do Sol do Cerrado, em Jaíba (MG), considerada uma das maiores plantas solares do país, com capacidade para gerar energia suficiente para o abastecimento de uma cidade com cerca de 30 mil habitantes.

No escopo 3, a Vale já firmou parcerias com mais de 30 clientes siderúrgicos, que representam cerca de 50% das emissões da companhia. Em 2021, a companhia lançou o briquete verde, um produto formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes, capaz de reduzir em até 10% das emissões de gases do efeito estufa na produção de aço de seus clientes. A empresa está convertendo duas usinas de pelotização, em Vitória, para produzir o briquete verde. A capacidade inicial de produção é de cerca de 6 milhões de toneladas por ano. Com investimento total de US$ 182 milhões, as duas plantas entram em operação até o fim deste ano.

A Vale fechou ainda acordos com Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã para a criação de mega hubs destinados à produção de HBI (hot briquetted iron) e produtos de aço de alta qualidade a partir do uso de briquete verde. A produção de HBI com utilização de gás natural, como o previsto no projeto dos mega hubs, permitirá emitir aproximadamente 60% a menos de carbono, quando comparado com fornos tradicionais siderúrgicos, que usam coque e carvão. No futuro, a substituição de gás natural por hidrogênio e a utilização de energia renovável poderão eliminar as emissões de CO2.

Na navegação, cuja emissão também é ligada ao escopo 3 já que a Vale não possui frotas, estão sendo realizados testes de navios equipados com velas de rotor e tecnologia de lubrificação a ar. O objetivo é reduzir em até 8% das emissões por meio da tecnologia de propulsão de baixo carbono usando o vento como energia.

FONTE IBRAM

Frentista planta horta em posto, distribui aos carentes e incentiva a produção de verduras

Os bons exemplos transformam a sociedade. Aos 48 anos, Eleir José Narciso usa o próprio espaço onde é funcionário para promover bem comum e espalhar bons hábitos alimentares. Depois de implantar seu projeto em um posto na Avenida Telésforo Cândido de Resende, o frentista inovou e agora está na Praça da Bandeira, em Lafaiete. Casado, tem duas filhas ele mora no São Dimas. Nas horas de folga trabalha como garçom e outras atividades como complemento salarial.

Há cerca de 6 meses, ele plantou no posto uma horta em um pequeno espaço, mas capaz de atrair curiosos como também pessoas interessadas em conhecer de perto o belo canteiro onde vicejam alface, cebolinha, almeirão, mostrada e outras verduras de épocas como beterraba, cenoura e pimentão. Para manter a plantação bem cuidada, ele tem a colaboração de colegas de trabalho e conta com doações de esterco de produtores rurais.
Eleir relatou a nossa reportagem que a ideia de criar o canteiro começou quando observou no posto um pequeno espaço ainda não aproveitado. “Eu trabalho de pedreiro e faço de tudo um pouco. Em casa eu tenho uma horta onde planto de tudo. Então resolvi levar umas mudas diversas e iniciar o canteiro”, contou.
Eis que no posto ele encontrou o espaço para plantar verduras. Do patrão, ganhou o incentivo. Eleir distribuiu a produção com pessoas carentes que passam no local. Mas seu principal objetivo é incentivar a alimentação saudável de produtos sem agrotóxicos como também mostrar que em um apartamento também é possível produzir algumas hortaliças.

Ele contou que diversos clientes pedem mudas e orientações para o plantio em pequenos espaços e até mesmo em quitinetes. “Um pequeno vaso, uma lata ou um pneu é possível plantar diversas verduras. Eu incentivo as pessoas a adotarem esta prática saudável. Muitos clientes me pedem orientações e eu explico como deve ser o plantio. E funciona. Muitos que ensinei já colheram boas verduras em suas casas”, afirmou.
Ao longo do ano, o plantio no posto varia de acordo com as verduras de épocas. Até mesmo morango já foi colhido. “Todos que passam aqui admiram meu trabalho e minha dedicação. Eu retribuo doando hortaliças”, observou o frentista.

10 curiosidades sobre cerveja que você TEM que saber!

A cerveja é uma bebida milenar e uma das mais consumidas no mundo. Está na raiz da cultura ocidental, se mantendo relevante até hoje. Ela traz tradição, sabor, cultura, momentos de descontração, confraternização e encontro de pessoas. É uma bebida despretensiosa que pode ser consumida sem nenhuma pompa. A cerveja já passou por inúmeras transformações da história e o processo de produção de cerveja também mudou. Com suas origens no Oriente Médio, teve um percurso histórico na Europa e ficou popular em todo o mundo. Ela faz parte de um universo paralelo, com muita história, cultura e várias curiosidades. Neste post, no nosso blog da cerveja, separamos 10 curiosidades sobre cerveja que você precisa conhecer.

Mas antes de mais nada você sabe exatamente o que é cerveja artesanal? As cervejas artesanais são resultado de um processo de produção minucioso e em menor escala, no qual se preza pela qualidade e personalização. Para que cada etapa seja respeitada e traga o resultado esperado, um mestre cervejeiro acompanha todo o procedimento e se certifica que os aromas e sabores estão de acordo com as expectativas. Ao contrário das cervejas industrializadas, onde o foco é a produção em larga escala e através de processos, como a filtração e pasteurização.

Agora vamos as curiosidades!

10 curiosidades sobre cerveja que você TEM que saber:

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  • Estudos e dados históricos apontam que as cervejas existem há pelo menos 8.000 a.C.
  • Em 1539, na região da Baviera, na Alemanha era proibido fabricar cerveja durante o verão. Devido ao calor as cervejas fermentadas na época estragavam muito rápido.
  • No Código de Hamurabi, escrito por volta de 1730 a.C. um dos artigos previa o afogamento do cervejeiro em sua própria cerveja, caso ela estivesse ruim.
  • Os monges, não só produzem como bebem cerveja a muito tempo. Por ser uma bebida altamente nutritiva, era considerada a bebida dos monges. Nos tempos de jejum, as cervejas mais encorpadas eram fundamentais e serviam como alimentação, isso inclusive deu origem a alguns estilos de cervejas, como Dubbel, Trippel e Quadruppel.
  • As cervejas são classificadas por família e estilos. As famílias são Lagers, Ales e Sour. Dentro dessas três famílias existem mais de 150 tipos de cerveja no mundo. Ales: São cervejas mais complexas e de alta fermentação. As mais conhecidas são Stout, English Pale Ale, Trapista. Lagers: São cervejas mais leves e de baixa fermentação, é um dos estilos mais conhecidos do mundo, sendo os mais populares: a Pilsen, American Lager, Schwarbier. Sour: Cervejas de alta ou baixa fermentação e fermentação espontânea, como as Lambic que apresentam aromas e sabores muito característicos. Os sub estilos mais populares são as Geuze, Faro e Kriek.
  • Na antiguidade a produção de cerveja era uma tarefa exclusiva das mulheres, chamadas de alewifes.
  • A maioria das cervejas são comercializada em garrafas de vidro na cor marrom. Isso por que as garrafas marrons ajudam a proteger a cerveja dos raios ultravioletas, evitando a oxidação, que pode ser percebida tanto no sabor quanto no aroma da bebida.
  • O lúpulo é uma planta, que utilizado na produção de cerveja é responsável pelo índice de amargor (IBU) e também com grande influência no aroma. Foi introduzido na bebida pela primeira vez nos anos 600 da era cristã, devido a sua eficácia para conservação e abundância da planta nas regiões cervejeiras da época.
  • Também na lista com as 10 curiosidades sobre cerveja que você deve conhecer está o Santo Agostinho, ele é oficialmente considerado pela Igreja Católica o Padroeiro dos cervejeiros.
  • Na dúvida de que carreira seguir? Estude cerveja! A zitologia é o estudo da cerveja, zitólogo é quem estuda a cerveja e a zitogastronomia é o estudo da cerveja com a gastronomia, é a parte que estuda as harmonizações de comida e cerveja. A zitologia vai te ajudar a acabar com as desculpas para beber todo dia. Já ouviu falar em zitologia? Pois é, assim como a biologia estuda a vida, a citologia estuda as células, a zitologia estuda ninguém mais, ninguém menos, que a cerveja!! Zito vem lá do latim “zythum” e do grego “zithos”, que significam bebida feita a partir da fermentação da cevada germinada, fabricada pelos antigos egípcios. Sim… Faz tempo que o homem aprecia o líquido sagrado. A zitologia estuda como criar diferentes tipos de cerveja, o papel que cada ingrediente deve desempenhar e como as alterações genéticas poderiam criar uma bebida melhor ainda. Isso engloba seus aromas, texturas, cores, experiências e combinações. Mas lembre-se que é sempre muito importante respeitar as características de cada estilo. Infelizmente ainda não existe uma faculdade para tal, mas temos a zitogastronomia, que também é um estudo. Mas nele, trabalhamos a participação da cerveja no mundo gastronômico, como por exemplo, as deliciosas  e curiosas harmonizações entre cerveja e comida, e até mesmo quando utilizamos cerveja na receita, aqui no blog você pode encontrar várias de ambas e embarcar no mundo da zitologia!

Curiosidade sobre cerveja bônus: Saint Patrick’s Day

Quem nunca ouviu falar do dia de São Patricio ou Saint Patrick’s Day? Pois é, essa é mais uma das curiosidades sobre cerveja que queremos te contar. Todo mundo já ouviu este nome em algum lugar, mas pouca gente sabe o que realmente significa essa data tão importante, celebrada no dia 17 de março nos países de língua inglesa, que começa a aparecer cada vez mais no dia a dia cervejeiro aqui no Brasil.

Saint Patrick`s realmente existiu, no início de sua jornada foi um Sacerdote Cristão até o dia em que se tornou Bispo. Mas nem sempre foi fácil assim, quando adolescente Saint Patrick`s foi escravizado e levado para a Irlanda, após cerca de seis anos servindo como escravo, conseguiu escapar e anos mais tarde retornou para o país como missionário. Durante esse período desempenhou um papel muito importante na história do mundo e da igreja, convertendo Irlandeses ao Cristianismo.

E aí, tem mais alguma curiosidade sobre cerveja para adicionar a lista?

FONTE CLUBE DO MALTE

Belo Vale: produção baixa e avanço de doenças marcam fim da Tangerina Ponkan

Belo Vale foi o maior produtor de tangerina ponkan do estado de Minas Gerais sendo que esta cultura e o negócio gerou importância e impacto na socioeconomia local. A partir do ano passado, e agora mais acentuadamente, com a queda na produção de frutos e o avanço de contaminação com doença, constatamos o fim de um período de prosperidade.

Com cerca de dois milhões de plantas que ocupam 9% da área do município, a cadeia produtiva da ponkan gerou trabalho e renda para os produtores e trabalhadores rurais. Esta atividade econômica PRODUZIU, ao longo dos últimos 30 anos, muita riqueza para o município. Riqueza esta que foi bem distribuída e impulsionou o comércio e o desenvolvimento local.

Belo Vale se destacou pela grande produção e também pela boa qualidade das frutas, o que era reconhecido em todas as regiões do Brasil. Este destaque foi consequência exclusiva do trabalho e dedicação dos citricultores – produtores e trabalhadores.

A produção de mudas aqui mesmo, por viveiristas idôneos, responsáveis e experientes, possibilitou a seleção de material genético ao longo de mais de 30 anos com consequente obtenção de mudas/plantas com boa produtividade e grande rusticidade – adaptação ao ambiente. Com a crescente expansão da cultura na década de 1990 os viveiristas locais não conseguiram mais atender à demanda de mudas e foi iniciado a compra de mudas de outras regiões do estado. Estas mudas, muito precoces e produtivas inicialmente se mostraram menos rústicas e mais exigentes em tratos culturais e com vida útil menor. Também esta importação de mudas, sem o devido controle do órgão de fiscalização, foi responsável pela chegada da doença greening (através de mudas contaminadas). A partir da constatação oficial do greening no município de Belo Vale, em 2016 (um ano após constatação não oficial e dois anos após constatação não oficial no município de Bonfim) os viveiros de produção de mudas a céu aberto foram proibidos e as novas mudas passaram a vir então de outra região do estado.

Esta fatídica safra de 2022, tem apresentado uma dura realidade: o fim da cultura/produção de tangerina ponkan como atividade econômica. As causas desse declínio são basicamente o aumento de custo de produção e a crescente contaminação das planta com a doença greening.

Os custos de produção, para o adequado manejo do pomar com boa produtividade, está muito elevado e além da capacidade de investimento da maioria dos produtores. Alguns insumos usualmente aplicados na cultura tiveram aumento de até 200% o que fez com que grande parte dos produtores parassem de investir. Como consequência, os pomares ficaram sem a devida nutrição/adubação, sem o devido controle do mato (plantas espontâneas competidoras) e ainda sem o importante controle de pragas e doenças. Pomares com pouco ou nenhum investimento, em curto período (2 3 anos) tem a sua produtividade comprometida.

Há de se ressaltar que, com tamanha área produtiva, a cultura da tangerina (citricultura) se tornou quase que uma monocultura em Belo Vale com consequentes impactos ambientais de pragas e doenças (desequilíbrio) e crescente necessidade de utilização de defensivos, a maioria agroquímicos.

A contaminação de plantas e pomares com a  doença greening está muito avançada e muito acelerada. As plantas contaminadas ficam com a produção comprometida/reduzida e em pouco tempo definham, se tornando improdutivas. O manejo do greening é exigência legal e todos os pomares/produtores devem aplicar medidas para controle da doença e do psilideo (inseto transmissor). A prevenção da doença se dá com o monitoramento e controle eficiente e regionalizado do inseto vetor/transmissor através de aplicação de inseticidas químicos ou biológicos. Isso também com custos elevados e com baixa adesão de produtores. Como essa doença bacteriana não tem controle, as plantas contaminadas devem ser eliminadas para evitar novas contaminações. Apesar de ser exigência legal, a maioria das plantas contaminadas não tem sido eliminadas pelos produtores e o órgão responsável pela defesa sanitária vegetal não tem acompanhado essa questão básica aqui em Belo Vale. Dessa forma as fontes da doença e os vetores/transmissores tem um crescimento rápido e acentuado, com grande pressão da praga. Por isso o controle individual (pomar individualizado) não tem sido eficaz. Também o órgão de fiscalização responsável pela defesa sanitária vegetal não realiza sequer vistoria em pomares, transferindo a responsabilidade ao produtor. Os produtores promovem vistorias e geram relatórios, as suas expensas e sob pena de serem multados (como infratores), entregando as informações ao órgão de fiscalização. Estas informações, no entanto, não são aplicadas/transformadas em algum instrumento ou ação que agregue à defesa vegetal (prevenção, controle e erradicação).

Assim como em anos anteriores, a 8ª Festa da Mexerica de Belo Vale, não envolve os produtores. Promovida pela Prefeitura e com grandes atrações culturais de mega Shows, o evento nem sequer aborda a questão da mexerica ponkan, renegando a citricultura à própria “sorte”. Infelizmente.

Pequena produção e baixa qualidade dos frutos desta safra não atraiu os ávidos compradores de anos passados. Os produtores acompanham atônitos essa profunda mudança de cenário, vislumbrando o duvidoso futuro pós tangerina. Alguns produtores abandonaram os pomares, outros até já eliminaram, partindo para outra atividade produtiva.

Essa é uma questão que deve trazer profundas mudanças na socioeconomia de Belo Vale e que portanto de ser tratada, mesmo que tardiamente, com a importância e responsabilidade requerida.

Marcos Virgílio Ferreira de Rezende

Produção Integrada de Citros

Engenheiro agrônomo

Responsável Técnico

CREA-MG 64.493/D

Gigante da siderurgia vai investir R$ 144 milhões para ampliar produção em Minas

Expansão visa atender demandas da indústria e do setor automotivo; ArcelorMittal chega a R$ 4,5 bilhões de aportes anunciados em Minas

Uma das mais antigas siderúrgicas de Minas, a ArcelorMittal Brasil firmou nesta quarta-feira (1/6) mais um compromisso para ampliar as suas atividades no estado. Com a presença do governador Romeu Zema, a empresa anunciou a ampliação da unidade de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com um aporte de R$ 144 milhões até 2024. Com isso, a empresa chega a R$ 4,5 bilhões em expansões anunciadas recentemente para plantas em Minas Gerais, o que contribuirá para geração e manutenção de muitos empregos no estado.

De acordo com o projeto, a unidade de Sabará terá capacidade aumentada em 35% para oferecer soluções de alto valor agregado para os setores automotivo e da indústria. Com a aquisição de dois novos equipamentos automatizados para a trefilação, a ArcelorMittal ampliará seu portfólio de soluções em aço para o mercado de molas, amortecedores, parafusos, fixadores e outros produtos da indústria.

Mais informações no link abaixo:

https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/gigante-da-siderurgia-vai-investir-r-144-milhoes-para-ampliar-producao-em-sabara-na-rmbh

https://youtu.be/b23wqRlgNUs

Heineken: fábrica em Passos deve gerar até 11 mil empregos e produzir Amstel

Investimento será de R$1,8 bilhão, segundo a empresa; obras devem ser finalizadas em 2025

A fábrica da Heineken, em Passos, no Sul de Minas Gerais, também vai produzir a cerveja Amstel – rótulo que pertence à empresa holandesa. O anúncio foi feito em evento, nesta quarta-feira (27), que detalhou a operação. A estimativa é que o empreendimento resulte em 350 empregos diretos, além de 11 mil postos de trabalho indiretos na região. 

De acordo com o presidente do grupo Heineken no Brasil, Maurício Giamellaro, a expectativa é de que as obras sejam finalizadas em 2025. O investimento está avaliado em R$1,8 bilhão. “Já estamos correndo para antecipar esse cronograma, para celebrar no máximo em dois anos a nossa cervejaria”, ressaltou.

O presidente também relembrou as propostas recebidas por mais de 200 prefeituras mineiras, após a desistência da instalação da fábrica em Pedro Leopoldo. Projeções iniciais da empresa apontam para uma capacidade produtiva de 5 milhões de hectolitros anualmente. Durante o evento, a empresa assinou um Termo de Compromisso Ambiental com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Ministério Público Federal (MPF).

Os detalhes do documento não foram relevados. “A empresa chega tranquila, segura e com segurança jurídica para desenvolver suas atividades sem se preocupar com o MP”, afirmou Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça e chefe do MPMG. A preocupação ambiental foi um dos principais pontos de avaliação da empresa durante a escolha da nova cidade, após os problemas enfrentados em Pedro Leopoldo.

O projeto para instalação da fábrica da Heineken na cidade da Grande BH, segundo avaliação de ambientalistas e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), poderia resultar danos às cavidades do sítio arqueológico de Lapa Verma e à Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa. Segundo o presidente da cervejaria, a opção por deixar Pedro Leopoldo foi em respeito aos envolvidos. 

“Naquele momento precisamos respeitar as decisões de todos esses órgãos e junto com o governo de Minas tomando a decisão corajosa de mudar a cervejaria de lugar. E não porque Pedro Leopoldo não tenha respeito da Heineken, mas porque todos os órgãos envolvidos e consumidores tinham de estar envolvidos”, afirmou Maurício Giamellaro.

Presente na solenidade, o governador Romeu Zema (Novo) fez um brinde com os representantes da cervejaria e com o prefeito de Passos, Diego Oliveira (PSL), para comemorar a manutenção da fábrica da empresa no estado. 

Segundo Zema, a instalação da cervejaria deverá abrir caminho para que outras empresas cheguem à cidade. “Pessoas que hoje não têm renda, passarão a ter e a prefeitura também passa a ter uma fonte adicional de arrecadação. Geralmente onde se tem cervejaria, você tem fornecedores de matéria prima, jardinagem, garrafas, latas, alimentação. É um ciclo virtuoso que permanece”, destacou o governador. 

O prefeito de Passos, Diego Oliveira, informou que o município não mediu esforços e realizou uma contrapartida para atrair o investimento, sem detalhar qual metodologia foi aplicada. “Passos está completando 164 anos em 2022 com o anúncio do maior investimento da nossa história”, afirmou o chefe do executivo municipal. 

Em entrevista a OTempo, o vice-prefeito, Arlindo Nascimento (PSL), estimoua um incremento de receita de até 50%

Motivos 

O vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Heineken, Mauricio Homem, disse que a escolha por Passos, entre mais de 200 cidades, levou em consideração a localização, disponibilidade hídrica e oportunidade de desenvolvimento socioeconômico.

“A gente tem um ponto equidistante entre Belo Horizonte e São Paulo, e uma região muito próxima de distribuição para o crescimento em Minas Gerais e distribuição no interior de São Paulo. Então, a localização estratégica de Passos foi fundamental para essa escolha”, disse. 

Ainda segundo o vice-presidente, a disponibilidade hídrica na região também pesou a balança favoravelmente. O território de Passos é banhado pelo Ribeirão da Bocaina, afluente do Rio Grande, além de estar a 40 minutos da Usina Hidrelétrica de Furnas.

“Esse foi um dos temas que a gente mais se debruçou para ter a convicção de que a instalação da Heineken seria produtiva também neste sentido. E acho que a bacia do Rio Grande nos abençoa como uma grande possibilidade para que a Heineken esteja aqui sem impacto ambiental significativo”, acrescentou. 

Nesta terça-feira, OTempo adiantou que a fábrica ficará a aproximadamente cinco quilômetros do Centro de Passos, em uma zona hoje rural. Também a cinco quilômetros está a MG-050. Hoje, a rodovia e a estrutura estão separadas por uma estrada de chão, que será asfaltada para facilitar o escoamento da carga. 

Sustentabilidade

Conforme a cervejaria, a fábrica em Passos será abastecida por energia 100% renovável, O modelo vai reforçar a meta de neutralidade de carbono anunciada pela empresa em 2021. Ainda segundo a empresa, serão implantadas tecnologias avançadas para reduzir o consumo de água. Além disso, uma adutora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) passa próximo ao terreno, o que facilita a chegada do manancial de Furnas à produção de cervejas.

Heineken no Brasil

A Heineken já possui 14 fábricas e 25 Centros de Distribuições no país, com a geração de mais de 13 mil empregos diretos. A empresa fabrica e comercializa as marcas Heineken, Sol, Kaiser, Bavária, Lagonitas, Bavaria Premium, Bavária 0,0%, Xingu, Amstel, Kirin Ichiban, Schin, No Grau, Devassa, Baden Baden, Eisenbahn, Cintra e Glacial.

FONTE O TEMPO

Prefeito assina convênio que permitirá o trabalho de presos na produção de tijolos e blocos de concreto

O prefeito Dr. Cláudio Antônio de Souza (Dinho) assinou convênio entre a Prefeitura de Congonhas e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais que permitirá que os detentos do Presídio de Congonhas possam trabalhar na produção de artefatos de concreto (blocos e tijolos) para atender demandas de materiais para obras do município.

O convênio tem vigência de dois anos e poderá beneficiar mais de 100 presos que trabalharão por períodos de 6 a 8 horas diárias dentro do presídio.

Os equipamentos para produção dos artefatos de concreto estão em processo de aquisição pela Prefeitura e devem entrar em funcionamento ainda este ano.


De acordo com o Prefeito Dinho, o governo pretende firmar parceria com empresas da região para o fornecimento dos insumos necessários para a produção dos blocos e tijolos de modo a permitir, além da ressocialização dos detentos, o fomento da economia local.

“Estamos muito felizes com esta parceria com a Polícia Penal, pois, além de contribuir com a reeducação social dos reclusos, vamos absorver toda a produção para serem empregadas em obras do município que contribuirão com a sustentabilidade”, comentou o prefeito. Uma das ações previstas é a utilização de bloquetes de concreto que serão produzidos pelos presos na pavimentação de vias urbanas e rurais.

Segundo o Diretor Geral do Presídio de Congonhas, Júlio Cezar Rodrigues, os trabalhos permitirão a redução das penas de acordo com a Lei de Execuções Penais e todos os internos já manifestaram interesse em participar. “Desde que comunicamos aos presos a ideia de instalação da fábrica de blocos, eles ficaram ansiosos para iniciar a atividade que é uma esperança e uma oportunidade para muitos deles aprenderem um ofício, além de ocupar o tempo ocioso”, comentou.

Texto e foto por Reinaldo Silva – SECOM – Prefeitura de Congonhas

Gerdau anuncia plano de investimento de R$ 6 bilhões em Minas Gerais

Os investimentos para ampliar a produção e modernização tecnológica gerarão mais de 6 mil novos postos de trabalho durante a implantação dos projetos

Belo Horizonte, 6 de agosto de 2021 – A Gerdau anuncia, nesta sexta-feira (6), um plano de investimento de R$ 6 bilhões em Minas Gerais nos próximos cinco anos, para modernização, atualização tecnológica e ampliação de suas operações locais. O aporte reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável, econômico e social do estado e gerará mais de 6 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos.

Os investimentos estão divididos em três eixos: crescimento, atualização tecnológica e diversificação, tendo o aprimoramento das práticas ambientais como premissa transversal ao programa anunciado. Trata-se de um plano que contemplará todas as regiões onde a Gerdau possui atuação, beneficiando dezenas de municípios mineiros, em atividades de produção de aço, mineração, produção de energia renovável e a atividade de florestas plantadas.

Dois importantes investimentos na ampliação da produção de aço ocorrerão em Ouro Branco (MG), onde a empresa possui sua principal usina produtora. A unidade terá a capacidade anual de produção de bobinas a quente ampliada em 250 mil toneladas/ano, com o começo da produção previsto para início de 2024. Além disso, estamos ampliando a produção de perfis estruturais em 500 mil toneladas/ano, dobrando a atual capacidade, e com início da produção projetado para 2025. Com isso, a Gerdau visa seguir atendendo ao crescente consumo dos setores consumidores destes produtos no Brasil e na América Latina.

“A nova capacidade de bobinas a quente nos permitirá entregar aço com cada vez maior valor agregado aos nossos clientes. Por sua vez, a produção adicional de perfis estruturais, segmento no qual somos pioneiros no Brasil desde os anos 2000, está alinhada à nossa estratégia de desenvolvimento da indústria de construção metálica, contribuindo para uma maior produtividade dos segmentos imobiliário, industrial e de infraestrutura”, diz Marcos Faraco, vice-presidente da Gerdau.

Os investimentos também serão alocados no aprimoramento de práticas ambientais e modernização tecnológica no âmbito da Indústria 4.0 de todo o seu parque industrial da Gerdau em Minas Gerais, incluindo não somente a unidade de Ouro Branco, mas as plantas localizadas nos municípios de Barão de Cocais, Divinópolis e Sete Lagoas. Para estas unidades, temos um plano arrojado de uso de ferramentas digitais de controle de processo e decisão, ampliação dos sistemas de automação, uso de ferramentas para ganhos de eficiência energética, aumento da eficiência hídrica  e também, modernização dos equipamentos de controle de emissão de particulado, o que trará impactos ambientais positivos para as comunidades vizinhas à essas operações.

“Este ciclo de investimentos em Minas Gerais é parte da estratégia global de crescimento da Gerdau e reflete as nossas iniciativas de inovação e a evolução da nossa estratégia de sustentabilidade. Com este aporte, também buscamos a sustentação da competitividade dos nossos negócios no estado, aumentando ainda mais a parceria virtuosa com a sociedade mineira, criando oportunidades futuras na região neste ano em que a companhia completa 120 anos de história”, afirma Gustavo Werneck, diretor-presidente (CEO) da Gerdau.

A Gerdau investirá também no crescimento e modernização de sua base de florestas renováveis de eucalipto, em 20%, para a produção de carvão vegetal, o chamado biorredutor, utilizado para a produção de aço, em substituição ao carvão mineral de origem fóssil. A Gerdau já possui uma base florestal, entre plantios de eucalipto e áreas de preservação, em Minas Gerais de 250 mil hectares em dezenas de municípios, o que contribui para que as operações de produção de aço da empresa tenham média de emissões de CO2 abaixo da média mundial do setor.

Já em suas atividades de mineração, os investimentos incluem a descaracterização da barragem dos Alemães, localizada em Ouro Preto, a adoção de tecnologias de empilhamento a seco de rejeitos e a sustentabilidade econômica da produção de minério de ferro. Com esses investimentos, a Gerdau eliminará o uso de barragens em suas operações.

Outro investimento que compõem o plano de investimentos, na linha da sustentabilidade e da diversificação dos negócios, é o desenvolvimento de um parque fotovoltaico no município de Brasilândia de Minas, norte de Minas Gerais. A Gerdau e a Shell Brasil assinaram um termo de cooperação que estabelece as premissas para a discussão e constituição de uma joint venture. Com capacidade instalada de 190MWdc, o parque Aquarii fornecerá parte da energia limpa para as unidades de produção de aço da Gerdau e outra para ser comercializada no mercado livre através da comercializadora de energia da Shell, a partir de 2024.  

“Iniciamos nossa história de confiança e parceria com Minas Gerais há 32 anos, sempre atuando de maneira sustentável e integrada por meio de nossas operações no estado. Este novo plano de investimentos representa um importante avanço em nossa estratégia de longo prazo, que tem nas unidades mineiras de produção de aços longos e planos sua grande plataforma de crescimento para os próximos anos”, completa Faraco.

Belo Vale colhe safra de mexerica em meio a duas pandemias; produção chega a 300 milhões de fruta

Belo Vale, conhecida como Terra da Mexerica, se destaca por ser o município com maior produção de tangerina ponkan do estado. Os pomares ocupam cerca de 10% da área do município, com aproximadamente 2 milhões de plantas. A atividade gera trabalho e renda para a grande maioria das famílias que estão de alguma forma envolvidas com a cultura.

Nesta ano  a vultuosa safra de mexerica /tangerina ponkan 2020 está sendo colhida  em meio a duas pandemias.   A pandemia mundial do Coronavírus, com todas as suas consequências danosas, tem, no entanto, ajudado a fortalecer a importância da agricultura que continua suprindo a sociedade com alimentos na quantidade demandada.  A citricultura – cultura das plantas do gênero Citrus, do qual fazem parte as mexericas, foi ainda mais valorizada devido as características nutricionais dos frutos que ajudam a aumentar a imunidade e fortalecer o organismo.

Planta de tangerina ponkan contaminada com greening em praça do Bairro
Santo Antônio.
Ao fundo pomar em início de produção.

Já a quarentena e as restrições à movimentação social, com as consequências econômicas, tem gerado preocupação principalmente pelas incertezas de mercado no decorrer da safra. A produção de Belo Vale é historicamente mais valorizada no final do período de safra, a partir de meados de julho quando diminui a oferta em outras regiões do estado e a caixa de 20 kilos de tangerina ponka, é vendida preços maiores, em torno de R$ 20,00. Com a incerteza deste ano, os citricultores tem optado por garantir a venda e o lucro o mais rápido possível. Acontece que em muitos casos, com preço de venda menor, o lucro/retorno financeiro acaba não sendo o esperado e o planejado.

A atividade da colheita, que é realizada toda manualmente, fruta por fruta, (cerca de 300 milhões de frutas) envolve grande contingente de trabalhadores que se deslocam diariamente pelos diversos pomares do município.  Alguns desses trabalhadores, como ‘panhadores’ e motoristas de caminhões, vem de outros estados e regiões do país. Para prevenir a contaminação com o coronavirus, as pessoas envolvidas devem tomar as medidas necessárias de distanciamento, higienização e uso de máscara.  Mais uma vez os produtores e trabalhadores rurais fazem papel importantíssimo para a sociedade, se arriscando para que os frutos produzidos sejam disponibilizados nas bancas do mercado, para serem consumidos nas mais diversas regiões do Brasil onde são comercializados.

Outra epidemia sanitária que ocorre de forma preocupante é a doença Greening que ataca as plantas de citrus. Por ser restrita às plantas, esta doença fitossanitária não causa contaminação, problemas ou danos diretos aos humanos.

A doença greening é causada pelas bactérias Candidatus Liberibacter spp que se desenvolvem nos vasos condutores do floema (similar às nossas veias) causando diminuição da produção de frutos até à morte da planta que ocorre entre 3 a 5 anos após a contaminação. A doença não tem cura e as plantas doentes devem ser eliminadas para evitar que contaminem outras plantas. A contaminação ocorre através do inseto vetor psilídeo  Diaphorina citri, uma pequena cigarrinha que mede de 2 a 3 mm de comprimento (tamanho de uma pulga).

A doença chegou em Belo Vale possivelmente através de mudas contaminadas que vieram de outra região do estado e atualmente se espalhou por todo o território. Atinge praticamente todos os cerca de mil pomares do município, desde os mais rudimentares até os mais tecnificados e àté plantas de ponkan da arborização urbana.

A tendência, que já vem sendo anunciada nesta safra, é a de queda abrupta na quantidade de plantas produtivas na maioria dos pomares. Aqueles mais tecnificados e com melhor controle da doença tendem a se manter produtivos por mais tempo, aproveitando o mercado que deve valorizar mais os frutos com a diminuição da oferta. Entretanto os custos de produção tendem a aumentar, diminuindo a margem de lucros.

Com ampla e crescente disseminação, a doença do greening pode ser considerada como uma pandemia Fitossanitária para Belo Vale, comprometendo a cultura da tangerina ponkan. Atividade que vem, há décadas, contribuindo fortemente para a economia do município. Nunca ouve na história de Belo Vale uma atividade econômica que gerasse tanta riqueza e que fosse tão bem distribuída.

A doença poderia ter sido melhor controlada ainda no seu início, de forma conjunta, principalmente com o controle rigoroso do inseto transmissor, a eliminação das plantas doentes e utilização de mudas sem a doença. Por fatores diversos, este controle para convivência com a doença, como acontece no estado de São Paulo, não foi possível em Belo Vale. O futuro da tangerina ponkan é incerto e vem causando preocupações aos envolvidos direta e indiretamente na atividade econômica.

É dentro desta (dura) realidade que reiteramos o reconhecimento e o respeito ao trabalho dos citricultores e também a importância da tangerina ponkan para a história de Belo Vale.

  • Marcos Virgílio Ferreira de Rezende
  • Engenheiro Agrônomo CREA-MG: 64.493/D
  • Produção Integrada de Citros – MAPA
  • Certificação Frutas – SEAPA
  • Rastreabilidade e recall – FRUTAG

FOTOS de Querlei Ferreira

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