Começa a limpeza dos 12 profetas de Congonhas, em Minas Gerais, obra prima do barroco mundial

Limpeza dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho teve início nesta terça-feira (6); serviço, com atraso de seis anos, é feito com aplicação de biocida

Começou na manhã desta terça-feira (6) o tão esperado trabalho de limpeza dos 12 profetas esculpidos por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814) e destaque do adro do Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio Mundial e cartão postal de Congonhas, na Região Central de Minas.

Com andaimes montados em quatro esculturas (Abdias, Habacuc, Naum e Amós), que ficam em plano mais elevado e extremidades do adro do santuário, a equipe do Grupo Oficina de Restauro, de BH, fez aplicação de álcool 70, e, em seguida, do biocida na superfície de pedra-sabão.

A limpeza com o biocida é feita em braços, cabeça e outras partes das esculturas em pedra-sabão para remoção de líquens e fungos que demandam tratamento especializado e sem interferir na beleza e integridade do conjunto bicentenário. A última limpeza dos profetas, com aplicação de biocida, produto totalmente natural segundo especialistas, ocorreu em 2012. O serviço, na parte da manhã, foi acompanhando pelo prefeito local, Cláudio Antônio de Souza, pelo reitor do santuário, cônego Nedson Pereira de Assis, e pelo diretor de Patrimônio Histórico de Congonhas, Hugo Cordeiro.  

A limpeza com o biocida é feita em braços, cabeça e outras partes das esculturas em pedra-sabão para remoção de líquens e fungos(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS)

“Fizemos a limpeza nos quatro profetas, e, amanhã, vamos trabalhar nos oito restantes. O álcool, que evapora rapidamente, é usado para ‘preparar o terreno’ para a aplicação do biocida”, explicou Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, que atua, nesse empreitada, com a também restauradora Rosângela Reis Costa.

Serviço

A Prefeitura de Congonhas custeia e está à frente do serviço, conforme entendimento com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do conjunto em 1939, e autorização do reitor do santuário basílica, padre Geraldo Gabriel Pinto. A limpeza, programada para ocorrer de cinco em cinco anos, está atrasada em seis anos, e foi alvo de reportagem do Estado de Minas em 3 de novembro de 2021, quando visitantes mostraram essa preocupação com o bem cultural histórico e religioso.

Nascido e criado em Congonhas, o escultor Luciomar Sebastião de Jesus diz que, com a limpeza, moradores e visitantes poderão ver os 12 profetas em toda a beleza concebida por Aleijadinho. “O trabalho minimiza o impacto visual causado pelos líquens, que vão se enraizando na pedra-sabão e causando interferência nas peças”, afirmou o escultor.

Obra-prima

De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento, esculpido por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, em conjunto com o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, é considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial em 1985.

Com grande visitação turística, o conjunto se compõe da  igreja, com interior em estilo rococó e seis capelas dispostas lado a lado denominadas de Passos – ilustrando a via-crúcis de Jesus –, além de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com estátuas de 12 profetas esculpidas em pedra-sabão entre 1800 e 1805.

A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista restrito a esse número selecionou os profetas na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravados em latim nos rolos de pergaminhos.

A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das estátuas ou nas exóticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa última foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador Robert Smith, que verificou referências à arte religiosa portuguesa no período de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.

FONTE ESTADO DE MINAS

Imagens de Santa Rita de Cássia e do Cristo Crucificado voltam restauradas à comunidade

Em clima de fé e religiosidade, a Prefeitura de Ouro Preto (MG) entregou à comunidade de Santa Rita, distrito de Ouro Preto, as imagens restauradas de Santa Rita de Cássia e do Cristo Crucificado. O retorno das duas peças sacras foi no dia 13/05, e contou com celebração de missa e coroação feita por 55 meninas vestidas de anjos e pastorinhas, que prestaram homenagem à Santa relembrando o 13 de maio, data que marca a aparição de Nossa Senhora em Fátima, Portugal.

A igreja ficou lotada e a missa de ação de graças foi celebrada pelo padre Antônio Jésus. Também estiveram presentes o prefeito Angelo Oswaldo, o secretário de Cultura e Tturismo, Flávio Lemes da Silva Malta, o presidente da Câmara Zé do Binga e os vereadores Mercinho e Reginaldo do Tavico e os restauradaores Aldo Araújo e Eva Pereyra.

Em nome da comunidade, o padre Antônio Jésus manifestou muita satisfação em receber as imagens e agradeceu à Prefeitura Municipal e ao prefeito Angelo Oswaldo pela iniciativa. O religioso comentou também que tem 43 anos de sacerdócio e que viveu “uma alegria muito grande” com a conclusão dos trabalhos de restauração no segundo dia da novena em homenagem à padroeira. O coordenador paroquial Bruno Milagres disse que tem o mesmo sentimento do padre Antônio Jésus em relação à recuperação das imagens, e afirmou estar muito grato.

Imagem: Neno Vianna

A professora aposentada Maria Aparecida Muniz, que há quase 40 anos coordena a coroação no distrito, disse que a imagem de Santa Rita tem um significado especial para a comunidade. “Para nós, santa-ritenses, é uma relíquia, nós temos muita veneração por ela, muita fé, e hoje, para nós, foi um dia marcante que vai ficar na história da nossa paróquia”. Muniz explicou que a Santa só sai da Igreja no dia dela, comemorado em 22 de maio e que, durante a novena, a Santa é coroada pelas crianças.

O prefeito Angelo Oswaldo falou sobre os cuidados delicados que exigiu o processo de restauração das imagens, e lembrou que a Igreja Matriz de Santa Rita de Ouro Preto é um dos maiores templos do nosso município e guarda a imagem original da primitiva capela de Santa Rita.

Angelo Oswaldo ressaltou ainda sua preocupação com a preservação do patrimônio: “Nós estamos recuperando a imaginária tradicional do município de Ouro Preto. É um patrimônio cultural e devocional que merece todo respeito e toda atenção, tanto como obra de arte quanto como relíquia da espiritualidade dos ouro-pretanos e ouro-pretana” lembrou o prefeito.

O distrito de Santa Rita de Ouro Preto está em festa religiosa até o dia 22/05, quando os fiéis encerram a novena e comemoram o Dia de Santa Rita de Cássia, padroeira do distrito.

FONTE BLIMA BRACHER

Seminário apresenta processo de restauração da Igreja de São Francisco de Assis e da Casa do Conde de Assumar

O Instituto Pedra realiza nos próximos dias 20 e 22 de maio o seminário “Museu de Mariana e Igreja de São Francisco de Assis: projeto, obra e implantação”. A ação antecede a entrega das obras de restauração da Igreja de São Francisco de Assis e a transformação da Casa do Conde de Assumar no Museu de Mariana, construções do período colonial brasileiro.

O Encontro reúne especialistas que vão tratar dos diferentes aspectos relacionados aos bens, desde a relevância histórica e artística até os desafios do projeto de restauração e implantação do museu. Entre os convidados estão Jurema Machado, Arquiteta e Urbanista, ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e Percival Tirapeli, professor doutor com mais de 20 livros publicados sobre arte brasileira e especialista no período barroco.

O evento acontece na Igreja de São Francisco de Assis, o que permitirá aos participantes observar in loco os trabalhos desenvolvidos, além de serem conduzidos em uma visita mediada aos espaços para uma melhor compreensão dos assuntos tratados.

A Igreja de São Francisco de Assis, construída no século XVIII, contou com a participação dos notáveis José Pereira Arouca, Manuel Costa Athaíde, Francisco Vieira Servas e Francisco Xavier Carneiro. Já a Casa do Conde de Assumar foi, provavelmente, a morada do conde Dom Pedro de Almeida e Portugal, então governador da Capitania de Minas Gerais e São Paulo, e posteriormente foi residência de Dom Frei Manoel da Cruz, primeiro bispo de Mariana. As construções estão inseridas no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico tombado pelo IPHAN.

As vagas para o seminário são limitadas e poderão ser feitas neste link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScHlWCpjRtxir4wFiIWOP5dtnoTG-qC4O68RG4_CK0v4F6beA/viewform.

O projeto de restauração dos bens citados, financiado com recursos do BNDES e do Instituto Cultural Vale, é realizado pelo Instituto Pedra, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que desenvolve ações no campo do patrimônio cultural nos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.

Programação

20/5

9h – 9h15 – Entrada/Credenciamento

9h30 – 11h30 – Diocese, irmandades e a formação da Cidade de Mariana, com Percival Tirapeli

11h30 – 13h – Almoço

13h – 14h – Projetos para Mariana – investimento público e desenvolvimento, com Jurema Machado

14h – 15h – O restauro dos edifícios: desafios e descobertas, com Benjamim Saviane

16h30 – 17h – A museografia e a implantação do museu, com Viviane Longo

225

9h – 9h15 – Entrada/ Credenciamento

9h30 – 11h30 – O Templo dos Terceiros Franciscanos no contexto Marianense: Urbanismo, Arquitetura e Talha na cultura oitocentista, com Mateus Rosada

11h30 – 13h – Almoço

13h – 14h – Projetos para Mariana – investimento público e desenvolvimento, com Anna de Grammont e Luiz Fernando de Almeida

14h – 15h – O restauro dos edifícios: desafios e descobertas, com Benjamim Saviane

16h30 – 17h – A museografia e a implantação do museu, com Viviane Longo

Breve currículo dos participantes

Anna de Grammont: Doutora em Gestão e Desenvolvimento Turístico Sustentável pelo Departamento de Economia Aplicada da Universidade de Málaga (ESP), Mestre em Cultura e Turismo, Arquiteta e Urbanista e Engenheira Civil pela UFOP. Coordena o Programa de Aceleração do Crescimento de Cidades Históricas de Mariana.

Benjamim Saviane: Arquiteto e urbanista e mestre em arquitetura, ambos pela FAU-USP, com formação complementar na Università degli Studi de Florença e na Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Madrid. Ingressou inicialmente para a equipe de arquitetura da Vila Itororó, sendo atualmente responsável, junto com Mariana Victor e Luiz Fernando de Almeida, pelos projetos de restauração e acompanhamento de obras do Instituto Pedra.

Jurema Machado: Arquiteta e urbanista pela Universidade Federal de Minas Gerais. Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN (2012/16). Foi Coordenadora do Setor de Cultura da Representação da UNESCO no Brasil (2002/12). Presidente do IEPHA-MG (1995/98). Atuou em consultoria para o Programa Monumenta de 1999/2001. Coordenou áreas de planejamento e controle urbano dos municípios de Ouro Preto e de Belo Horizonte. Arquiteta do Plambel – Planejamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte 1980/88.

Luiz Fernando de Almeida: Por quase 10 anos, atuou como presidente do IPHAN e coordenador nacional do Programa Monumenta, dirigindo a implementação da política de patrimônio no Brasil. Também foi Membro do Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco de 2008 e 2011, fundador da revista Óculum e Diretor do Museu de Arte do Rio. Formado em Arquitetura, é um dos fundadores do Instituto Pedra.

Percival Tirapeli: Professor titular no Instituto de Artes da UNESP (2008), Universidade Estadual Paulista, Mestre (1983) e Doutor (1989), pela escola de Comunicações e Artes da USP, bacharel e licenciado (1975 e 1976) em Desenho e Plástica e Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. É professor na graduação, mestrado e doutorado na UNESP. Possui experiência em artes, focada em pintura e história da arte, autor de 20 livros sobre arte brasileira e especialista no período barroco.

Mateus Rosada: É arquiteto e urbanista, graduado (2006) pela Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC-USP), onde também fez o mestrado (2010). Cursou o doutorado (2016) no Instituto de Arquitetura e Urbanismo da mesma Universidade de São Paulo (IAU-USP). Desde 2019, é Professor Adjunto da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (EA-UFMG. Pesquisa principalmente os seguintes temas: história da arquitetura e do urbanismo, história da arte brasileira, patrimônio cultural, patrimônio e arquitetura rural, patrimônio religioso, barroco e rococó.

Viviane Longo: Historiadora e museóloga formada pela Universidade de São Paulo – USP, com especialização em Gestão Cultural pelo Senac-SP. Há 12 anos atua na área de preservação, organização e gestão de acervos, sendo que desde 2020 realiza projetos museológicos junto ao Instituto Pedra.

Joia barroca de devoção a Sant’Ana restaurada será reaberta hoje (05) com grande festa popular

Templo do século 18 em Belo Vale demandou um ano de serviços nos elementos artísticos

De volta às missas, aos batizados e casamentos, sob as bênçãos da padroeira e aplausos dos moradores. A Capela Santana, na comunidade de Santana do Paraopeba, em Belo Vale, na Região Central de Minas, reabre as portas aos fiéis amanhã, às 19h, com celebração eucarística solene seguida de barraquinhas e shows. Totalmente restaurado, o templo do século 18 demandou um ano de serviços nos elementos artísticos – a parte estrutural foi contemplada em 2020, em outra etapa. “A população está emocionada e feliz com a conclusão das obras”, disse, ontem, o administrador paroquial da Paróquia São Gonçalo, padre Júnior Luiz de Azevêdo.

Ao entrar na capela consagrada a Santana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus, moradores e visitantes terão dupla e grata surpresa, pois, junto ao restauro primoroso do templo, poderão ver o memorial dedicado à padroeira implantado na sacristia. O espaço agora inaugurado, com parte interativa e peças, conta a história de devoção a Santana ou Sant’Ana. “Queremos dinamizar o turismo religioso na região, que tem uma capela tão importante como a da Senhora Santana”, diz a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Eliane dos Santos.

O serviço, custeado pela Prefeitura de Belo Vale, no valor de R$ 1,8 milhão, e realizado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez (empresa contratada), contemplou o restauro dos elementos artísticos (retábulo-mor, retábulo colateral, presbitério da capela-mor, pinturas parietais da capela-mor e arco cruzeiro) e o memorial. Esse espaço foi planejado e implantado pelo instituto cultural, pelas mãos da sua presidente, a empresária Angela Gutierrez. “Além de estar à frente de todo o processo de implantação do memorial, Angela Gutierrez doou peças de seu acervo particular”, contou a secretária Municipal de Cultura e Turismo.

O memorial – na verdade, um minimuseu, que só pode ser visitado por 15 pessoas de cada vez – abriga uma lojinha para venda de objetos religiosos referentes à padroeira. “A comercialização será de grande importância para mantermos a capela sempre preservada”, diz o padre Júnior. Ele explica que estará sempre captando recursos para evitar o estado de degradação ao qual o templo chegou. “A situação era precária, e agora, para valorizar o trabalho feito aqui, na estrutura e nos elementos artísticos, devemos nos empenhar ao máximo.”

Satisfeito, o administrador paroquial avisa que haverá missa todo domingo, às 15h, ficando a capela aberta de terça a sexta-feira, das 8h às 12h, e aos sábados e domingos, das 9h às 17h. “Para este sábado, já tem casamento marcado, e os batizados serão no dia 27 deste mês”, adianta o padre.

RESTAURO

No comando do trabalho de restauro da capela vinculada à Arquidiocese de Belo Horizonte, o especialista Adriano Ramos, do Grupo Oficina de Restauro, de Belo Horizonte (contratado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez), cita as várias descobertas durante os meses de serviço, incluindo a retirada de camadas de tinta branca, na mesa do altar, que fez ressurgir as cores originais. “Desde o início das obras no templo de 1735, foram encontradas outras pinturas.”

No altar, do lado esquerdo de quem entra no templo, localizado na zona rural, com uma visão de 360 graus de montanhas, as pinturas encantam pela delicadeza. Estão lá os motivos fitomorfos (flores e rocalhas) e animais, chamando a atenção o desenho do pelicano alimentando os filhotes, símbolo cristão do sacrifício e da doação. “Esta igreja é muito importante para a região e apresenta várias etapas na sua decoração, perfazendo cerca de 200 anos. Temos do altar-mor, de meados do século 18, a painéis da década de 1940. Estamos, portanto, respeitando todas as fases e mantendo as características originais”, ressalta Adriano Ramos.

Considerado um dos monumentos mais queridos dos moradores do Alto Rio Paraopeba, a capela, que fica a nove quilômetros do Centro de Belo Vale, é ponto de peregrinação de visitantes de todo canto, recebendo cerca de 10 mil pessoas a cada 26 de julho, data consagrada à padroeira. O prefeito de Belo Vale, Waltenir Liberato Soares ( Nequinha), demonstra sua alegria. “Existe um pensamento que diz: ‘Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, mas um sonho sonhado junto é realidade’. Esse foi mais um grande passo e fica a certeza de que não mediremos esforços para continuarmos investindo na cultura e no turismo de nossa cidade, para que, a cada dia, a cultura local seja mais reconhecida, preservada e mais respeitada”.

HISTÓRIA

Pesquisa do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, coordenado por Goretti Gabrich, que acompanhou os serviços de restauração, mostra que o Vale do Paraopeba foi entrada rumo aos sertões das Minas pela bandeira de Fernão Dias Paes Leme. Ao longo do caminho, vários integrantes da bandeira estabeleceram povoamentos que se tornaram, com o tempo, pontos de abastecimento e hospedagem para viajantes.

A bandeira conduzida por Paes Leme, acompanhado do mestre de campo Matias Cardoso, do genro Manoel de Borba Gato e do filho Garcia Rodrigues Paes, chegou à região em 1675, como relata Diogo de Vasconcelos: “Passada a estação das chuvas, em março do ano seguinte, dirigiram-se os bandeirantes em direção à Serra da Borda e atravessaram a região do campo, entrando na do Paraopeba (Piraipeba, rio do peixe chato), onde fundaram o segundo arraial (Santana)”.

O estudo diz ainda que “em cada núcleo de povoamento foi colocada uma pessoa de confiança do chefe bandeirante. Seu filho, Garcia Rodrigues Paes, administrou a feitoria de São Pedro do Parahypeba (atual Santana do Paraopeba). Em seguida à fundação da feitoria, Manuel Teixeira Sobreira e seu sócio Manuel Machado fizeram pedido de concessão de sesmaria em São Pedro de Parahypeba, e, em 1735, ergueram a Capela de Santana, conforme provisão de 4 de março de 1750”.

“Em 1823, a capela era filial de Congonhas, tendo como capelão o padre Domingos Ribeiro de Sousa. Em 1865, foi elevada a freguesia pela Lei 1.254, de 25 de novembro, tornando-se então sede da paróquia. Até 1880, devido a razões políticas, a sede da paróquia alternou-se sucessivas vezes entre Santana do Paraopeba e São Gonçalo, vinculando-se, então, definitivamente, a São Gonçalo. O terreno onde se ergueu o templo foi doado legalmente, conforme escritura passada em 2 de setembro de 1925 por Antônio Vieira dos Santos e sua mulher, Nívea da Conceição Braga”, prossegue o levantamento.

O templo apresenta fases distintas: barroca (de 1735 ao final do século 18) e eclética (de 1920 a 1929). Nesse último período, foram feitas reformas substanciais, divididas em dois anos críticos, sendo 1920 o primeiro, de acordo com o Livro de Tombo, quando a capela foi retocada. Em 1929, houve uma grande intervenção, “que transformou a fachada original, abriu os arcos e inseriu ornatos contrastantes nas fachadas, embora inscrição refeita ainda mostre a data de construção, 1735”.

Memória – INFESTAÇÃO DE CUPINS

Em agosto de 2018, equipe do Estado de Minas esteve na Capela Santana, e, guiada pelo então titular da Paróquia de São Gonçalo, padre Wellington Eládio Nazaré Faria, viu a situação então precária do templo, especialmente quanto à infestação de cupins, responsáveis, em grande parte, pela deterioração da construção dos tempos coloniais. Na época, o pároco falou sobre a necessidade do restauro e enalteceu o envolvimento dos moradores no “chamado” à restauração. Já em 11 de abril do ano passado, o clima era outro, com as obras iniciando e dando esperança à comunidade.

FONTE ESTADO DE MINAS

Recursos vão custear conclusão de obra de restauração da Igreja Matriz de Santo Antônio

Uma ótima notícia na área de proteção de nosso patrimônio cultural. O Gerente de Cultura e Patrimônio Histórico de Ouro Branco, Edilson Nascimento, participou nessa segunda-feira, dia 20/03, da assinatura da documentação do Projeto Plataforma Semente.

▶️Ouro Branco foi um dos Municípios vencedores do Projeto Plataforma Semente, promovido pela Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), Ministério Público de Minas Gerais e o CAOMA. Com a vitória nossa cidade conquistou os recursos para a conclusão das obras de toda a restauração da Igreja Matriz de Santo Antônio, com previsão para o segundo semestre de 2023.

Com a conquista serão restaurados o Arco do Cruzeiro e Nártex Oratório, elementos artísticos. Também será realizada a instalação dos novos pisos internos, as atividades serão desenvolvidas com orientação, análise e fiscalização do IPHAN.

Parabéns Ouro Branco!

Fé e preservação: pela primeira vez, imagem do Bom Jesus passa por restauro na Santuário do Bom Jesus de Bacalhau

Após o restauro do forro da capela mor da Igreja de Bom Jesus de Matozinhos de Bacalhau, em Piranga (MG), pintura rococó de autoria do pintor Francisco Xavier Carneiro, trabalhos que duraram 9 meses, em parceria com a prefeitura e a mobilização da comunidade, em novembro de 2022, o santuário recebeu um grande presente: a empresa Práxis RestaurArte Conservação e Restauração, de Ouro Preto, continuou seu serviço e agora restaura a imagem milagrosa do Bom Jesus. Essa é a primeira vez, em mais de 200 anos que a Imagem passa por um processo de restauração, através de parceria com o Pároco loca, Padre Reginaldo. Ela é uma escultura de madeira entalhada, do século XVIII, da escola do mestre Piranga. A previsão é que o trabalho seja finalizado no mês de abril de 2023
Durante o trabalho no forro da Capela Mor do Santuário do Bom Jesus do Bacalhau, a empresa responsável percebeu a urgência da conservação e restauração da imagem do Bom Jesus, imagem tão importante para os devotos, já que apresentava diversas perdas e desprendimentos da camada pictórica (pintura), além de sujidades acumuladas e impregnadas.

Os procedimentos de restauração realizados foram a fixação da pintura em desprendimento, limpeza mecânica, limpeza química para a remoção das sujidades impregnadas, nivelamento das áreas de perdas da policromia, ou seja preenchimento com massa específica nas áreas de perdas e reintegração cromática, ou seja, realização da pintura somente nas áreas niveladas, empregando tintas próprias para o restauro e técnicas de pontilhismo e ou tracejado para distinguir o que é intervenção da pintura original.
“O trabalho minucioso dos restauradores resgata a originalidade e beleza da imagem”, comentou Padre Reginaldo, Pároco em Piranga.

Novos restauros

Após o término dos trabalhos na imagem do Bom Jesus, faltam a restauração do forro da nave, os retábulosmor e colaterais. Depois desses elementos, o Santuário terá todos os seus elementos artísticos integrados restaurados.

A história

Quando da construção da igreja, a imagem original do Bom Jesus foi colocada em uma capela atrás do altar, de forma a que ficasse mais acessível aos peregrinos, enquanto que o trono do altar-mor foi ornado com uma segunda imagem do Crucificado, provavelmente incluída quando do entalhamento do altar.
Uma curiosidade acerca da imagem original é que esta possui cada um de seus olhos voltado para uma direção diferente: o olho direito mira para baixo, para o fiel, e o olho esquerdo olha para o Céu, como se estivesse em oração. Essa característica peculiar parece não causar estranhamento nos devotos. Mas há pelo menos um relato no sentido de que, nas crianças, havia um receio de se aproximar do Crucificado por conta deste ‘ter um olho virado para cada lado‘.
Nessa igreja, as pinturas seguem uma lógica centrada na Paixão de Cristo, com destaque para as pinturas do forro da nave e da capela mor, bem como os quadros da Via Sacra e a pintura do camarim do Bom Jesus. A autoria de grande parte dessas pinturas é atribuída a Francisco Xavier Carneiro, que ali trabalhou de 1806 a 1840, ano em que foram enfim encerradas as intervenções artísticas para embelezamento do santuário.

Prefeitura de Congonhas realiza assinatura de ordens de serviço para restauração de imagens e peças sacras e serviço de desinfecção das 64 esculturas das 6 capelas

A Prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão, realizou na manhã desta segunda-feira (19) a assinatura das ordens de serviços da restauração de imagens e peças sacras (Imaginárias) e serviço de desinfecção das 64 esculturas das 6 capelas (Anóxia).
A assinatura das ordens de serviços Imaginárias e Anóxia tem como objetivo a restauração e desinfeccção das imagens e peças sacras. No procedimento Imaginárias será realizada a restauração de imagens e peças sacras pertencentes ao acervo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e Igreja Nossa Senhora do Rosário.
Já no procedimento Anóxia o serviço será de desinfecção das 64 esculturas que compõem as 6 capelas do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Durante todo o procedimento, das duas ordens de serviço, a população, turistas, estudantes poderão acompanhar como forma de educação patrimonial do processo de restauro.
O Prefeito de Congonhas, Cláudio Antônio de Souza, falou sobre a importância de preservar o Patrimônio Histórico e a cultura da cidade. “Sabemos que o nosso Patrimônio Histórico faz parte da identidade da nossa sociedade, as esculturas, imagens e peças sacras de cada local, seja nas Capelas ou nas Igrejas, são obras que devem ser preservadas e restauradas para que a história possa ser passada para outras gerações. Essas ordens de serviço assinadas hoje é para que a história possa ser retratada e visitada por fiéis, turistas e moradores locais. É muito importante preservar cada imagem com o melhor procedimento apresentado”, afirma.
Todos os dois processos terão início em Janeiro de 2023 e serão acompanhados pela Diretoria de Patrimônio Histórico da Cidade.
Por Lílian Gonçalves – Comunicação – Prefeitura de Congonhas
Fotos: Raphael Dias

Prefeitura de Congonhas assina ordem de serviços para restauração e desinfecção de obras sacras

A Assinatura das Ordens de Serviços Imaginárias e Anóxia tem como objetivo a restauração e desinfeccção das imagens e peças sacras. No procedimento imaginárias será realizada a restauração de imagens e peças sacras pertencentes ao acervo da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e Igreja Nossa Senhora do Rosário. No procedimento Anóxia o serviço será de desinfecção das 64 esculturas que compõem as 6 capelas do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Durante todo o processo será aberto a turistas, estudantes e moradores locais como forma de educação patrimonial do processo de restauro.

Complexo cultural da Romaria pede socorro

Construído em 1932, o complexo cultura da Romaria, em Congonhas (MG), foi erguido em forma circular e situa-se na Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal, no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Congonhas, tombado pelo Iphan em 1941.
Até o início da década de 1960, o prédio era usado como pousada de romeiros e fiéis. Vendido a um grupo empresarial, chegou a ser demolido, restando apenas os pórticos de entrada do antigo prédio, estruturas essas tombadas pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Mas, em 1995, novamente de posse da prefeitura, o pórtico foi restaurado, com reconstrução de algumas salas, além do Museu de Mineralogia e Arte Sacra e restaurante.

A romaria faz parte, juntamente com o Santuário do Bom Jesus e seus 12 profetas, obras-primas que glorificam a arte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), do conjunto reconhecido como Patrimônio da Humanidade reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Descaso

Há menos de 2 anos, o bem, de valor inigualável, passou por obras de restauração e requalificação com aportes de R$ 6 milhões. O projeto ainda inclui a construção do Teatro Municipal, totalizando R$ 19 milhões investidos na chamada Cidade dos Profetas.
Porém o era para seu orgulho do povo congonhense se transformou em um descaso com a preservação de sua história e seus símbolos representativos.
Nossa reportagem teve acesso a diversas fotos que expressam a falta de cuidado e manutenção com a obra da Romaria, que foi erguida para receber romeiros em peregrinação ao Jubileu do Bom Jesus.

As imagens chocam ao constatar o abandono. Os telhados das duas naves na fachada da Romaria mostram os forros deteriorados. E pior: a parte elétrica sem qualquer manutenção com sérios riscos de incêndio. “Os congonhenses estão preocupados com falta de manutenção na Romaria que precisa de investimentos. O forro está caindo e rede elétrica oferece um grande risco a integridade do bem”, informou um leitor do CORREIO DE MINAS.

Turismo religioso

O turismo religioso sempre foi forte em Congonhas, especialmente no período de 7 a 14 de setembro, quando ocorre a centenária peregrinação ao Santuário Basílica Senhor Bom Jesus de Matosinhos que acontece entre 7 a 14 de setembro, após 2 anos de pandemia. O evento religioso chega em 2022 a sua 241ª edição.

Histórica igreja de Ouro Preto reabre após 9 anos fechada para restauração

O templo abriga os restos mortais do célebre escultor barroco Aleijadinho

Uma histórica igreja de Ouro Preto, MG, finalmente está sendo reaberta após 9 anos fechada para restauração: a solene reabertura do Santuário Matriz Nossa Senhora da Conceição será celebrada neste próximo 20 de agosto por dom Airton José dos Santos, arcebispo metropolitano de Mariana, dentro das “Festividades de Bênção” agendadas para os dias 19 a 26.

Com oito altares laterais ao estilo rococó, a igreja de Nossa Senhora da Conceição foi construída em 1727 pelo carpinteiro Manoel Francisco Lisboa, pai do célebre escultor Aleijadinho – cujos restos mortais, aliás, estão nela sepultados.

O pároco e reitor da matriz, pe. Edmar José da Silva, recorda este dado mediante mensagem publicada no site do santuário:

“Todos poderão ter acesso ao esplendoroso resultado do processo coletivo de cuidado e restauro deste extraordinário patrimônio religioso, histórico, artístico e cultural, local sagrado onde repousam os restos mortais do maior expoente do Barroco Mineiro, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho”.

Depois das cerimônias de Bênção do Templo, o santuário voltará a passar um breve período fechado para a finalização dos trabalhos de restauração, durante o qual as visitas e celebrações ficarão novamente suspensas.

FONTE ALETEIA

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