GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA
Avelina Maria Noronha de Almeida
NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 28
Em 20 de junho de 1754, o vigário de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, Padre Simão Caetano de Morais Barreto, foi à capela de São Caetano do Paraopeba e batizou a Manuel, filho legítimo do Capitão Manuel Rodrigues da Costa e de Dona Joana Teresa de Jesus, moradores na freguesia de Borda do Campo.
Continuando a focalizar o período de nossa História acontecida nos final do Século XVIII, hoje surge a figura de PADRE MANUEL RODRIGUES DA COSTA, importante participante da Inconfidência Mineira.
Em 20 de junho de 1754, o vigário de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, Padre Simão Caetano de Morais Barreto, foi à capela de São Caetano do Paraopeba e batizou a Manuel, filho legítimo do Capitão Manuel Rodrigues da Costa e de Dona Joana Teresa de Jesus, moradores na freguesia de Borda do Campo.
A igreja que está na foto é a recentemente restaurada. A capela primitiva foi demolida e depois reedificada. Porém há um vestígio real do passado no muro que se localiza ao lado da igreja e que vem do tempo da capela primitiva:
Embora os pais de de Padre Manuel Rodrigues da Costa residissem em Borda do Campo (Barbacena), terra de seu pai, era comum naquele tempo, quando ia ter o filho, a mãe ia ter a criança na casa de seus pais, os avós maternos. Foi o que aconteceu.
Assim este inconfidente é natural do arraial de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós (atual Conselheiro Lafaiete, MG), comarca do Rio das Mortes. Ele mesmo afirma isto nos Autos da Inconfidência: Sou de Carijós. Vejam o registro de batismo:
“Em 20 de junho de 1754, o vigário de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, Padre Simão Caetano de Morais Barreto, foi à capela de São Caetano do Paraopeba e batizou a Manuel, filho legítimo do Capitão Manuel Rodrigues da Costa e de Dona Joana Teresa de Jesus, moradores na freguesia de Borda do Campo, na capela de Ibitipoca”.
Faleceu em sua fazenda em 20 de janeiro de 1844. Foi o último inconfidente a falecer.
Filho dos portugueses capitão-mor Manuel Rodrigues da Costa e de Joana Teresa de Jesus, eram seus irmãos: João Rodrigues da Costa; Antonio Rodrigues da Costa; Domingos Rodrigues da Costa, Padre; Maria Rodrigues da Costa; Esperança Rodrigues da Costa. Avós paternos Miguel Rodrigues da Costa e Inácia Pires.
Ordenou-se em Mariana e vivia com sua mãe, já viúva, na Fazenda do Registro Velho, freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo (atual Borda do Campo, MG, município de Antônio Carlos, que, na época, fazia parte de Barbacena.
Por causa de sua participação na Inconfidência Mineira, foi condenado a degredo de dez anos em Lisboa, em dependências eclesiásticas, confiscados muitos de seus bens, dentre os quais sua rica biblioteca, móveis, utensílios domésticos e uma batina, que atualmente está exposta no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.
No exílio em Portugal, passou quatro anos na Fortaleza de São Julião da Barra, ficando depois recluso (1796), no Convento de São Francisco da Cidade.
Quando voltou ao Brasil, ao Brasil, além da administração da fazenda Registro Velho, fundou uma tecelagem, fabricou vinho e óleo de oliva. De acordo com o viajante escritor Auguste de Saint-Hilaire, que o visitou em sua fazenda, ele fabricava tecidos com as máquinas que havia trazido de Portugal, utilizando lã de ovelha e linho.
Foi participante ativo não só no episódio do “Dia do Fico” como também Independência do Brasil. Depois elegeu-se deputado por Minas Gerais à Assembleia Constituinte de 1823. Ocupando-se da liberdade de culto e da catequese e colonização
Quando D. Pedro I, hospedou-se na fazenda do Registro Velho, condecorou-o com as Ordens de Cristo e do Cruzeiro, nomeando-o, também, cônego da Capela Imperial.
São suas obras quando ainda recluso no Convento de S. Francisco da Cidade, em Lisboa: 1 — “Tratado da Cultura dos Pessegueiros — Nova edição revista, corrigida e augmentada. Traduzida da língua francesa por Manoel Rodrigues da Costa, Presbitero do Hábito de São Pedro e natural de Minas Gerais. Lisboa. Na Tipografia Calcográfica e Literária do Arco do Cego. MDCCCI. Por ordem superior.”
São suas obras no Brasil: 2 — “A Sua Alteza Real o Príncipe Regente Constitucional, Defensor Perpétuo do Brasil. Pelo Padre Manuel Rodrigues da Costa, morador na Vila de Barbacena, Comarca do Rio das Mortes, Província de Minas Gerais. Rio de Janeiro, 1822. Na Oficina de Silva Porto & Cia. (Sermão).” 3 — “Memória sobre a Catequese dos Índios, composta e dirigida ao Ilmo. e Revmo. Sr. Cônego Januário da Cunha Barbosa, Primeiro Secretário do Instituto Histórico e Geográfico, pelo Sócio Honorário o Pe. Manoel Rodrigues da Costa. Em Agosto de 1840.”