Moradores, sitiantes, empresários, Defesa Civil e vereador reuniram-se com representantes da Vale S/A
A reunião aconteceu na Pousada Vargem do Cedro, na tarde de 02/02/2022, convocada pelos moradores que vivem às margens dos ribeirões da encosta da serra Dos Mascates. Discutiram-se impactos ambientais e ações das mineradoras, que causam prejuízos comerciais, danos na agricultura, poluição sonora, contaminação da água e insegurança.
Mariana Aparecida Almada, representante da Vale S/A, coordenou a reunião, com uma equipe especializada em barragem e nas relações com a comunidade. As demandas dos moradores afetados foram registradas em ata, para as tomadas de ações da empresa.
Maria Alair Fernandes, proprietária da Pousada Vargem do Cedro, relatou que tem sido bastante prejudicada com danos em equipamentos, alagamentos, insegurança e perda de clientes. “As pessoas estão evitando passeios e hospedagens em áreas de fuga de barragens, além da sirene que é uma tortura;” reclamou. Advogados estão dando apoio aos moradores no tratamento com a mineradora. Os atingidos, ainda, relataram assaltos naquela área, por “Homens vestidos com uniformes da Vale S/A estão provocando desconfiança e medo;” alertaram.
A mineração na serra Dos Mascates merece especial atenção dos órgãos ambientais e poder público. Os impactos e danos na Rodovia MG-442, na qualidade das águas e na saúde mental das pessoas se repetem há anos. Os moradores não são reparados, e a insegurança aumenta, principalmente, no período de chuvas. A Câmara Municipal de Belo Vale deveria abrir um debate com as mineradoras, para que se garantam os direitos e segurança dos moradores.
Tarcísio Martins: A Barragem Marés II continua provocando preocupação, pelo nível de risco 1 (ANM). Ela deveria ser descaracterizada e a área transformada em parque natural. Ao fundo, encontram-se as “Ruínas das Casas Velhas”, patrimônio do século XVIII, o qual sofrerá maiores impactos, caso a Vale S/A construa ali uma ambiciosa Pilha de Estéril – PDE. Quanto à Barragem Marés I, a Vale S/A informa que deixou de ser nível de risco – 1, após inspeção da Agência Nacional de Mineração (ANM) e órgãos de competência.
Tarcísio Martins, jornalista e ambientalista.