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Por dia, 349 mulheres sofrem violência doméstica em MG: ‘Me estuprou dormindo’

Os dados são de um diagnóstico relacionado à violência contra a mulher realizado pela Polícia Civil

Por dia, uma média de 349 mulheres foram vítimas de violência doméstica em Minas Gerais. Ao todo, nos primeiros seis meses deste ano foram registrados 73.931 casos desse tipo no Estado: um aumento em 7% em relação ao mesmo período de 2022  — quando foram contabilizadas 68.719 ocorrências.

Os dados são de um diagnóstico relacionado à violência contra a mulher realizado pela Polícia Civil. Em Belo Horizonte, essa violência cresceu ainda mais. No mesmo período, o número de ocorrências saltou de 8.019 para 9.346 — aumento de 16%. 

Ana*, de 44 anos, é uma das vítimas que faz parte dessa estatística. Em janeiro de 2022, ela foi estuprada pelo namorado enquanto dormia. “Tenho áudios de uma conversa com o estuprador, nos quais ele confessa que abusou de mim várias vezes na mesma noite. Confessa que nunca tinha me visto bêbada. E ainda faz ameaça de se matar se eu o denunciasse”, relata a vítima, que, à época, tinha três anos de relacionamento com o agressor. 

Na noite da agressão, a dona de casa conta que estava alcoolizada e que não consentiu o ato. A chantagem emocional foi tão forte que a vítima preferiu, em um primeiro momento, não denunciar o ex-companheiro. “É uma confusão de sentimentos. Quando acontece, você não acredita. Quando a pessoa confessa, é muito difícil . Eu devia ter denunciado no dia, mas tenho dois filhos, sou divorciada, você fica sem chão”, diz a mulher.

Ameaças

Ana* só conseguiu romper o silêncio e denunciar os abusos quando passou a também receber ameaças do ex-namorado. Ele começou a dizer que publicaria fotos íntimas dela na internet, em novembro do ano passado. Foi então que ela registrou uma ocorrência policial e conseguiu uma medida protetiva na Justiça.

“Quando fiz a denúncia, fui à delegacia de mulheres e apresentei áudios e prints que comprovam o que passei. Quando fiz o registro, me disseram que eu seria chamada para prestar depoimento. Mas um ano se passou, e eu não fui chamada”, conta.

Ela reclama da falta de amparo e da lentidão da Justiça. “Incentivam que nós, mulheres, a denunciar (casos de violência e a estupro), mas não dão suporte. Tem que ter uma investigação. Se ainda não me chamaram para prestar depoimento, não devem ter chamado ele”, reclama. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que investiga o caso. Já o Tribunal de Justiça de MInas Gerais não se posicionou. 

“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que a vítima, de 43 anos, foi ouvida nos autos do Inquérito Policial instaurado para apurar os fatos quando requerido o pedido de Medida Protetiva. O suspeito é investigado pela prática de violência sexual e psicológica no âmbito da violência doméstica. A PCMG esclarece que o procedimento é sigiloso e que, por se tratar de crime contra a liberdade sexual, sua tramitação é prioritária”.

Esfaqueada em casa 

Uma jovem de 25 anos foi esfaqueada pelo companheiro, de 29, na madrugada desta quinta-feira (28) na residência do casal, no bairro Ribeiro de Abreu, na região Nordeste de Belo Horizonte. A vítima foi socorrida para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, e precisou ser encaminhada para o Hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a vítima sofreu dois golpes: um no peito, perto do coração, e outro no pulmão. Ela conseguiu se livrar do companheiro durante as agressões, e pediu a ajuda aos vizinhos, que a socorreram para a unidade de saúde. O estado de saúde dele não foi informado. Ainda segundo a polícia, na unidade de saúde, a mulher disse aos policiais que o seu companheiro, suspeito das agressões, ainda estaria na residência.

Conforme os militares, a vítima estava muito debilitada e com dificuldade na fala quando foi abordada pelas equipes. Ao chegar na residência da vítima, os policiais encontraram o suspeito com as roupas e braços ainda sujos de sangue, além do chão da residência. O homem tentou negar a autoria do crime, porém, não conseguiu explicar o porquê estava coberto de sangue e foi preso. A faca de açougueiro,supostamente usada no crime, foi apreendida na pia do imóvel.

Estatísticas de violência contra mulher em Minas

2023

Primeiro semestre = 73.931

2022

Primeiro semestre = 68.719

Segundo semestre = 72.445

Total ano = 141.164

2021

Primeiro semestre = 71.373

Segundo semestre = 74.527

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Por dia, uma média de 349 mulheres foram vítimas de violência doméstica em Minas Gerais. Ao todo, nos primeiros seis meses deste ano foram registrados 73.931 casos desse tipo no Estado: um aumento em 7% em relação ao mesmo período de 2022  — quando foram contabilizadas 68.719 ocorrências.

Os dados são de um diagnóstico relacionado à violência contra a mulher realizado pela Polícia Civil. Em Belo Horizonte, essa violência cresceu ainda mais. No mesmo período, o número de ocorrências saltou de 8.019 para 9.346 — aumento de 16%. 

Ana*, de 44 anos, é uma das vítimas que faz parte dessa estatística. Em janeiro de 2022, ela foi estuprada pelo namorado enquanto dormia. “Tenho áudios de uma conversa com o estuprador, nos quais ele confessa que abusou de mim várias vezes na mesma noite. Confessa que nunca tinha me visto bêbada. E ainda faz ameaça de se matar se eu o denunciasse”, relata a vítima, que, à época, tinha três anos de relacionamento com o agressor. 

Na noite da agressão, a dona de casa conta que estava alcoolizada e que não consentiu o ato. A chantagem emocional foi tão forte que a vítima preferiu, em um primeiro momento, não denunciar o ex-companheiro. “É uma confusão de sentimentos. Quando acontece, você não acredita. Quando a pessoa confessa, é muito difícil . Eu devia ter denunciado no dia, mas tenho dois filhos, sou divorciada, você fica sem chão”, diz a mulher.

Ameaças

Ana* só conseguiu romper o silêncio e denunciar os abusos quando passou a também receber ameaças do ex-namorado. Ele começou a dizer que publicaria fotos íntimas dela na internet, em novembro do ano passado. Foi então que ela registrou uma ocorrência policial e conseguiu uma medida protetiva na Justiça.

“Quando fiz a denúncia, fui à delegacia de mulheres e apresentei áudios e prints que comprovam o que passei. Quando fiz o registro, me disseram que eu seria chamada para prestar depoimento. Mas um ano se passou, e eu não fui chamada”, conta.

Ela reclama da falta de amparo e da lentidão da Justiça. “Incentivam que nós, mulheres, a denunciar (casos de violência e a estupro), mas não dão suporte. Tem que ter uma investigação. Se ainda não me chamaram para prestar depoimento, não devem ter chamado ele”, reclama. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que investiga o caso. Já o Tribunal de Justiça de MInas Gerais não se posicionou. 

“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que a vítima, de 43 anos, foi ouvida nos autos do Inquérito Policial instaurado para apurar os fatos quando requerido o pedido de Medida Protetiva. O suspeito é investigado pela prática de violência sexual e psicológica no âmbito da violência doméstica. A PCMG esclarece que o procedimento é sigiloso e que, por se tratar de crime contra a liberdade sexual, sua tramitação é prioritária”.

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Esfaqueada em casa 

Uma jovem de 25 anos foi esfaqueada pelo companheiro, de 29, na madrugada desta quinta-feira (28) na residência do casal, no bairro Ribeiro de Abreu, na região Nordeste de Belo Horizonte. A vítima foi socorrida para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, e precisou ser encaminhada para o Hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a vítima sofreu dois golpes: um no peito, perto do coração, e outro no pulmão. Ela conseguiu se livrar do companheiro durante as agressões, e pediu a ajuda aos vizinhos, que a socorreram para a unidade de saúde. O estado de saúde dele não foi informado. Ainda segundo a polícia, na unidade de saúde, a mulher disse aos policiais que o seu companheiro, suspeito das agressões, ainda estaria na residência.

Conforme os militares, a vítima estava muito debilitada e com dificuldade na fala quando foi abordada pelas equipes. Ao chegar na residência da vítima, os policiais encontraram o suspeito com as roupas e braços ainda sujos de sangue, além do chão da residência. O homem tentou negar a autoria do crime, porém, não conseguiu explicar o porquê estava coberto de sangue e foi preso. A faca de açougueiro,supostamente usada no crime, foi apreendida na pia do imóvel.

Estatísticas de violência contra mulher em Minas

2023

Primeiro semestre = 73.931

2022

Primeiro semestre = 68.719

Segundo semestre = 72.445

Total ano = 141.164

2021

Primeiro semestre = 71.373

Segundo semestre = 74.527

Total ano = 145.900

Belo Horizonte

2023

Primeiro semestre = 9.346

2022

Primeiro semestre = 8.019

Segundo semestre = 8.702

Total ano = 16.721

2021

Primeiro semestre = 8.686

Segundo semestre = 8.500

Total ano = 17.186

FONTE O TEMPO

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