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Em greve há seis dias, motoristas da Univale paralisam atividades em quatro minas da Vale

Os motoristas deixaram de levar funcionários para pelo menos quatro minas administradas pela Vale: Fazendão, Alegria, Timbopeba e Fábrica Nova

Desde a última quinta-feira, 14 de outubro, os trabalhadores da Univale empresa que presta serviço de transporte da Vale, estão em paralisação por tempo indeterminado.

Os motoristas deixaram de levar funcionários para pelo menos quatro minas administradas pela Vale: Fazendão, Alegria, Timbopeba e Fábrica Nova. As reivindicações são de melhores condições de trabalho, aumento do valor do vale alimentação, pagamento de horas extras, locais adequados de descanso nas minas e a readmissão dos três funcionários demitidos em função da paralisação.

Um dos motoristas demitidos foi Cássio Anacleto, que foi mandado embora no dia 8 de outubro, por tomar frente às reinvindicações dos trabalhadores. Ele ficou afastado 22 dias por Covid-19 e pouco tempo depois foi demitido. A demissão gerou a revolta dos demais funcionários da Univale.

Psicologicamente, nós estamos muito abalados, já vamos para o sexto dia de paralisação. Os motoristas se comoveram com a minha demissão, porque eu fiquei afastado 22 dias por Covid-19 e como eu era da comissão dos trabalhadores que tentava negociar com a empresa, assim que eu voltei, me mandaram embora para tentar calar a categoria, mas os motoristas se uniram e pediram a minha reintegração, isso não podia acontecer”, disse Cássio ao Mais Minas.

Os motoristas agora estão cumprindo um liminar, com 28 ônibus rodando. Assim, após negociações entre as partes, os funcionários conseguiram uma segurança e não podem ser demitidos ou sofrer represálias enquanto houver essa quantia mínima de veículos circulando. No entanto, o transporte para o setor administrativo da Vale está todo parado e a maioria das linhas também estão paralisadas.

De acordo com os motoristas, os funcionários que se sentirem a vontade de trabalhar precisam fazer um tratamento psicológico para ver se ele está em condições de se concentrar na sua tarefa, que leva um certo risco. Caso não se sinta bem, a empresa não pode o obrigar a trabalhar, já que um ônibus carrega várias outras vidas no seu interior.

Ainda segundo os motoristas, há indícios de uma negociação entre empresa e trabalhadores, mas o andamento das conversas ainda não está no patamar desejado pelos trabalhadores. “Nossas reinvindicações não foram atendidas e a empresa não está arredando o pé”, disse Clemilson de Souza, coordenador do movimento, ao MM. Ainda na tarde desta terça-feira, 19 de outubro, haverá uma reunião entre os funcionários e a Univale para negociar as reinvindicações.

“Eu fui demitido por justa causa. Segundo a empresa, eu difamei e agitei contra a moral da empresa. Eu estou defendendo o direito dos trabalhadores, mas vida que segue. Não é fácil, quando se perde uma batalha, tem que estar preparado para os percalços da vida”, conta Clemilson.

Hoje, o salário acordado entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa é de cerca de R$ 2.500. Para Clemilson, toda essa situação era evitável, caso a empresa oferecesse alguma trégua, como R$ 400 no cartão alimentação. Ainda na tarde desta terça-feira, os motoristas estarão na Câmara de Ouro Preto para debater sobre as negociações com a empresa.

A Univale foi procurada pela nossa redação, mas, até o momento desta publicação, não tivemos retorno.

FONTE MAIS MINAS

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