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Dia do Ferroviário: conheça as ferrovias de Minas Gerais

Cerca de 5 mil quilômetros cruzam 180 municípios e ligam as regiões Norte e Sul do Estado

As estradas de ferro, ou simplesmente ferrovias, fazem parte da história, da cultura e do imaginário do povo mineiro. Minas Gerais possui não só a maior malha rodoviária do País, como também a maior malha ferroviária. São, ao todo, cerca de 5 mil quilômetros de estradas de ramais que cruzam 180 municípios e ligam as regiões Norte e Sul do Estado.

De acordo com o “Atlas Ferroviário de Minas Gerais”, produzido como fruto do mestrado de Fernanda dos Santos Silva, no Programa de Mestrado Profissional em Patrimônio Cultural, no Instituto de Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a primeira estrada de ferro a entrar em operação em Minas foi a Central do Brasil, e teve como primeira estação a de Chiador, inaugurada pelo imperador Dom Pedro II em 1869.

Conforme o estudo, diferentemente de outras ferrovias, essa não surgiu da incorporação de estradas já existentes e foi chamada anteriormente por Estrada de Ferro Dom Pedro II. A Estrada de Ferro Central do Brasil, como foi batizada posteriormente, foi a espinha dorsal de todo o sistema ferroviário nacional e, à época, foi construída para atender à necessidade do escoamento da produção dos produtos agrícolas destinados à exportação, principalmente o café, e ao abastecimento interno.

A linha foi extinta em 1969, após longos anos de sucateamento por conta da sobreposição das rodovias em relação às ferrovias nacionais. Apesar disso, ficou marcado na história do estado mineiro e do Brasil.

Devido a localização centralizada do Estado, Minas Gerais se configura, até hoje, como importante rota e escoamento ferroviário do País. No dia do ferroviário, o DIÁRIO DO COMÉRCIO cita as principais ferrovias de carga e de passageiros que cortam o Estado. Confira:

“Trem” de carga

MRS Logística S/A

Operada pela MRS Logística S/A, a chamada Malha Regional Sudeste, é uma linha férrea que passa pelos três principais estados do Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro, incluindo Minas Gerais.

A linha se configura como uma das principais ferrovias do estado mineiro e passa por diversas regiões, inclusive a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e a Zona da Mata, abastecendo diferentes municípios do Estado.

Além do abastecimento interno, a linha tem o objetivo de transportar as cargas até o Porto de Santos, o maior e principal porto do País.

Estrada de Ferro Vitória-Minas

A Estrada de Ferro Vitória-Minas também é uma das principais ferrovias de Minas Gerais. Como o próprio nome já diz, a linha interliga o Estado à cidade de Vitória, capital do Espírito Santo.

Operada pela Vale, a ferrovia está em operação desde 1904, sendo uma das mais antigas ferrovias que segue em funcionamento. Ao todo são 905 quilômetros de extensão que carregam, entre outros produtos, o minério de ferro da Vale e carga geral para terceiros, como carvão e produtos agrícolas.

Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)

A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) é a maior ferrovia do Brasil e conecta sete estados e o Distrito Federal, entre eles, Minas Gerais. As linhas da FCA são a principal via de integração entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.

São mais de 7 mil km de extensão, passando por mais de 300 municípios de diversos estados, como São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Sergipe e Minas Gerais. Entre as principais cargas transportadas dessa linha, que é uma das principais ferrovias de Minas Gerais, estão: produtos agrícolas, petróleo, cimento e grãos.

“Trem de passear”

Estrada de ferro Vitória-Minas

Sob concessão da Vale, diariamente um trem parte da capital mineira às 7h e encerra a viagem às 20h30, em Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória, Espírito Santo. Ao mesmo tempo, às 7h, um trem parte de Cariacica, com destino a Belo Horizonte, chegando por volta de 20h30.

Há também um trem adicional que faz o percurso entre Itabira e Nova Era, ambas na região Central do Estado. No trem, há um vagão que funciona como lanchonete, outro como restaurante, um exclusivo para cadeirantes, ar-condicionado e serviço de bordo.

Trem turístico – Ouro Preto a Mariana 

De 2004 a 2006, a Vale revitalizou a antiga ferrovia construída em 1883 com 18 km de extensão, entre Ouro Preto e Mariana, também na região Central. Hoje, o trem é composto por seis carros de passageiros e mantém o mesmo desenho do antigo, com interiores em madeira. Por meio da estrutura transparente, o passageiro pode ter uma visualização completa das paisagens do caminho.

Trem turístico – São João del-Rei a Tiradentes

O Trem turístico é uma operação da VLI que visa a preservação do patrimônio histórico ferroviário. A Maria Fumaça que liga São João del-Rei a Tiradentes é a mais antiga em operação no Brasil e atrai turistas do mundo inteiro.

Além de viajar pelo trem, o turista pode aproveitar atrações do complexo ferroviário que oferece outras atrações como o museu ferroviário e a rotunda, famosa estrutura ferroviária utilizada para manutenção e armazenamento dos veículos ferroviários, preservando a memória e patrimônio histórico das ferrovias.

 

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

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