Na pesquisa anterior (2017-2018), havia segurança alimentar em 63,3% dos lares. Agora, o percentual é de 72,4%, índice que é o segundo melhor da série, atrás apenas de 2013, quando 77,4% dos domicílios tinham acesso a uma alimentação de qualidade.
Um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023, o que significa que os moradores não sabiam se teriam comida suficiente ou adequada na mesa, apontam dados da PNAD Contínua Segurança Alimentar divulgados nesta quinta-feira (25).
No total, cerca 64,1 milhões de pessoas viviam nesses domicílios, sendo que 11,9 milhões deles enfrentavam uma situação ainda mais dramática e outros 8,6 milhões beiravam a fome.
Melhora no cenário
Embora os números sejam alarmantes, a quantidade de lares com segurança alimentar aumentou nos últimos anos.
- No ano passado, 72,4% dos domicílios no Brasil estavam em segurança alimentar. Esse número representa 151,9 milhões de brasileiros.
- Na pesquisa anterior, realizada no biênio 2017-2018, eram 63,3% dos lares.
- Essa é a quinta série de resultados que o IBGE produz. O índice de 2023 é o segundo melhor para a segurança alimentar, atrás apenas de 2013, quando 77,4% dos domicílios tinham acesso a uma alimentação de qualidade.
Segundo o IBGE, os motivos para essa melhora têm relação com fatores como investimento em programas sociais, recuperação econômica e preço dos alimentos.
Classificação
O IBGE, responsável pelo levantamento, classifica a insegurança alimentar em três níveis:
- Insegurança alimentar leve: falta de qualidade nos alimentos euma certa preocupação ou incerteza quanto o acesso aos alimentos no futuro.
- Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e uma redução na quantidade de alimentos entre os adultos.
- Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre as crianças. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no lar.
Já a segurança alimentar é classificada como o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.
Moderada x grave
O IBGE fez um recorte dos 27,6% dos domicílios com algum grau de insegurança:
- Leve: 18,2% dos domicílios;
- Moderada: 5,3% dos domicílios;
- Grave: 4,1% dos domicílios.
Crianças em uma ponta, idosos na outra
Ao analisar a situação alimentar por faixa etária, o IBGE identificou que 37,4% das crianças com até 4 anos vivia em domicílios com algum tipo de insegurança alimentar – 26,6% delas em lares com insegurança alimentar leve, 6,3% com insegurança alimentar moderada, e outros 4,5% com insegurança grave.
Na faixa etária entre 5 e 17 anos, esse número é um pouco menor: 36,6%. Entre 18 e 49 anos, o percentual foi de 29%, enquanto o grupo de 50 a 64 anos registrou 26,8%.
FONTE G1