Com motor turbo da Fiat e o objetivo de ser o Jeep mais acessível do Brasil, o novo SUV da Jeep, baseado no Avenger europeu, vai competir com Nivus e Kardian.
A Stellantis confirmou oficialmente um dos lançamentos mais aguardados do mercado automotivo brasileiro: o novo SUV da Jeep. Com produção programada para iniciar em 2026, o modelo, baseado no europeu Jeep Avenger, chegará para ser o carro mais barato da marca no país, com a missão de democratizar o acesso à “grife Jeep”.
Na prática, isso significa um Jeep com coração de Fiat e esqueleto de Peugeot, uma combinação que representa a mais profunda integração industrial do grupo Stellantis até hoje. Ele entrará em um dos segmentos mais competitivos do mercado, mirando diretamente em líderes de volume como o Volkswagen Nivus e o Renault Kardian, e promete reconfigurar o portfólio da Jeep no Brasil.
A estratégia da Stellantis: o plano de R$ 13 bilhões e a confirmação do Avenger para 2026
A chegada do Avenger é uma peça central do novo ciclo de investimentos de R$ 13 bilhões da Stellantis no Brasil para o período de 2025 a 2030. A confirmação oficial veio do CEO da empresa na América do Sul, Emanuele Cappellano, e o cronograma aponta para o início da produção em 2026.
O novo modelo será fabricado no Polo Industrial de Porto Real (RJ), que está recebendo um investimento de R$ 3 bilhões para modernização e desenvolvimento de novos produtos. A escolha da fábrica fluminense, que já produz modelos da Citroën e Peugeot, é estratégica, pois o Avenger utilizará a mesma plataforma desses veículos.
O irmão mais novo do Renegade: o posicionamento de preço e a proposta do novo SUV da Jeep

A missão do Avenger é clara: ser a nova porta de entrada da marca, atraindo consumidores que sonham com um Jeep mas não alcançam o preço do Renegade. A projeção de mercado situa o novo SUV da Jeep em uma faixa de preço estimada entre R$ 120.000 e R$ 150.000.
Para evitar uma competição interna, a chegada do Avenger implicará um reposicionamento do Renegade. Para dar espaço ao Avenger, a próxima geração do Renegade, prevista para 2027, será maior e mais sofisticada, utilizando a plataforma STLA Medium para competir com SUVs de um segmento superior, como GWM Haval H6 e BYD Song Plus. Essa estratégia abre o espaço necessário para o Avenger se tornar o Jeep de maior volume no país.
Motor turbo da Fiat e plataforma da Peugeot: a base técnica do Avenger brasileiro
Essa é uma ruptura significativa com a tradição da marca no Brasil. Enquanto Renegade, Compass e Commander usam a plataforma Small Wide da antiga FCA, o Avenger será o primeiro Jeep nacional a utilizar a plataforma CMP…
O coração do carro também virá de outra marca do grupo. Está confirmado que ele será equipado com o motor T200 1.0 Turbo Flex da Fiat, que entrega 130 cv de potência e 20,4 kgf.m de torque. O conjunto será acoplado a um sistema Bio-Hybrid MHEV (híbrido-leve) de 12 volts, que utiliza um pequeno motor elétrico para auxiliar em arrancadas e reduzir o consumo de combustível em até 12%. Em termos de dimensões, ele será um SUV compacto, com 4,08 metros de comprimento e um prático porta-malas de 380 litros, maior que o do Renegade.
A briga com Nivus e Kardian: como o novo SUV da Jeep vai enfrentar os rivais
O novo SUV da Jeep não terá vida fácil. Ele entrará em um segmento muito mais competitivo do que aquele que o Renegade encontrou em seu lançamento em 2015. Seus principais alvos são o Volkswagen Nivus e o Renault Kardian.
Contra o Nivus: a briga contra o Nivus será travada no campo da percepção de valor. O Jeep aposta na força da marca e na eficiência do motor híbrido-leve para justificar um possível preço maior, enquanto o Volkswagen contra-ataca com a praticidade de um porta-malas maior e a força de sua reputação consolidada.
Contra o Kardian: o apelo do Avenger estará no design mais robusto e na imagem premium. O Kardian aposta nos preços agressivos, em um moderno conjunto de motor turbo com câmbio de dupla embreagem e em um bom pacote de segurança desde as versões de entrada.
O que esperar do lançamento: versões, equipamentos e o apelo da “grife Jeep”

Para justificar seu posicionamento e preço, espera-se que o novo SUV da Jeep venha bem equipado desde a versão de entrada. Informações da indústria indicam que o modelo brasileiro terá um acabamento interno superior ao do europeu, uma decisão tomada após pesquisas com consumidores no Brasil.
É provável que todas as versões contem com a central multimídia Uconnect de 10,25 polegadas e painel de instrumentos digital. As versões mais caras deverão incluir um pacote completo de assistências ao motorista (ADAS), como frenagem de emergência e assistente de faixa. O maior trunfo do Avenger é, sem dúvida, o peso da ‘grife Jeep’. O grande desafio da Stellantis será provar que um carro com alma de Fiat e esqueleto de Peugeot pode, de fato, merecer o icônico logotipo de sete fendas na grade.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS